Futuros dos EUA operam estáveis antes de dados de inflação; petróleo avança com flexibilização de restrições na China
Os índices futuros dos EUA operam perto da estabilidade na manhã desta terça-feira (12), enquanto as bolsas da Europa recuam mais acentuadamente, com os investidores se preparando para um importante relatório de inflação, o CPI, nos EUA (9h30), que sustenta as apostas mais agressivas para o juro.
Já os mercados asiáticos fecharam mistos, com os investidores monitorando os desenvolvimentos em torno da situação da Covid na China, bem como os movimentos do iene japonês.
As bolsas da China se recuperaram parcialmente das pesadas perdas de segunda -feira, oscilando entre território positivo e negativo em negociações agitadas antes de fechar em alta nesta terça-feira.
Os dados de inflação americana devem mostrar um aumento anual de 8,4% nos preços – o nível mais alto desde dezembro de 1981 – de acordo com economistas consultados pela Dow Jones, com o aumento dos custos dos alimentos, aluguéis e preços da energia esperados como os principais contribuintes para o aumento.
Juntamente com o CPI de março, os investidores aguardam o início da temporada de resultados que começará na quarta-feira com o JPMorgan e a Delta Air Lines, seguidos por vários grandes bancos na quinta-feira.
Os preços do petróleo sobem e recuperam parte das perdas da sessão anterior, à medida que os temores de uma desaceleração da demanda na China diminuíram depois que Xangai relaxou algumas restrições relacionadas ao COVID-19, e a Opep alertou que seria impossível aumentar a produção o suficiente para compensar a perda de oferta russa.
Por aqui, saem os números de Serviços (9h), com consenso Refinitiv de alta mensal de 0,7% e alta anual de 8,8%. Ambev realiza Dia do Investidor (13h) para falar sobre a estratégia de negócios da companhia daqui para frente.
Morning XPress
Bolsas mistas nesta terça-feira. O EuroStoxx cai 0,7%, enquanto os futuros do S&P e do Nasdaq100 sobem 0,1% e 0,3%, respectivamente. Na Ásia, o Nikkei caiu 1,8% e o Hang Seng avançou 0,5%. O VIX sobe 0,1 ponto para 24,5 pontos. Nas moedas, o DXY sobe 0,2% para 100,1, maior patamar desde maio de 2020. As moedas de emergentes operam em leve alta contra o dólar. Nas commodities, o preço do petróleo sobe 3,1% a USD 101,6/bbl, os futuros curtos do minério de ferro avançam 2,6% para 155,8 dólares por tonelada e os grãos operam em alta. A treasury de 2 anos sobe 2bps, enquanto as demais avançam até 1 bp.
Os mercados se preparam para a divulgação do CPI de março nos Estados Unidos. O consenso dos economistas espera que o headline avance 1,2% m/m, mesmo número esperado pelo nosso time Global, o que levaria a inflação acumulada em doze meses a 8,4%. Altas em combustíveis e alimentos devem explicar a maior parte da variação mensal.
Já para o núcleo do CPI, a nossa projeção é de 0,4% m/m, levemente abaixo do 0,5% m/m registrado no consenso da Bloomberg, principalmente por uma possível deflação em carros usados e caminhões, além da desaceleração marginal de preços de commodities (exceto as de comida e energia).
As commodities se fortalecem após investidores esperarem estímulos econômicos do governo chinês. No caso do petróleo, os contratos futuros também refletiram as incertezas sobre a possibilidade de reavivar o acordo nuclear do Irã. Hoje teremos o relatório mensal da Opep+ e os dados de estoques nos EUA.
No Brasil, jornais repercutem a leitura do mercado sobre a fala de Roberto Campos Neto na segunda-feira, após IPCA acima das expectativas na semana passada. A mensagem digerida pelos agentes é de surpresa inflacionária e possível necessidade de mais ajustes na Selic, extrapolando o orçamento de 12,75% antevisto pelos comunicados recentes dos dirigentes do BC. Hoje o mercado precifica 100 bps de alta no Copom de maio, 50 bps em junho e 25 bps em agosto, o que faria a Selic terminal atingir 13,50% a.a (https://bit.ly/3xg9Nt8).
O diretor do ONS, Luiz Ciocchi, disse que a tendência é que o setor elétrico passe todo o ano de 2022 com bandeira verde, dada a melhora nas chuvas durante o último período chuvoso. A partir do dia 16 de abril haverá a redução da bandeira ‘escassez hídrica’ para a verde, conforme anunciado pelo presidente Bolsonaro na última semana (http://glo.bo/3KAuRyi).
Curta: À revelia do Mercosul, Brasil quer cortar em mais 10% a alíquota sobre produtos importados de países que não fazem parte do bloco (https://bit.ly/3LSuVcS).
Agenda BCB: Fernanda Guardado discute conjuntura econômica com o mercado às 11:30 (fechado à imprensa).
Agenda: No Japão, o PPI de março veio levemente abaixo das expectativas, em 0,8% (exp. 0,9%), acumulando alta de 9,5% em doze meses. Na Alemanha, o CPI final de março veio em linha com a prévia, em 2,5% m/m, o índice Zew de expectativas veio melhor do que o esperado (-41,0 vs -48,5) e o índice Zew de situação atual marcou -30,8 (exp. -35,0).
Nos EUA, o índice de otimismo das pequenas empresas subiu para 93,2 pontos em março (exp. 95,0); às 9:30 será divulgado o CPI de março (exp. 1,2% m/m) e do núcleo do CPI (exp. 0,4% m/m). No Brasil, o IBGE divulga a PMS de fevereiro, para qual o mercado espera avanço de 0,7% m/m e 8,6% a/a, enquanto a XP projeta 0,9% m/m e 8,5% a/a.
Frase do dia na Bloomberg: “You can have the evidence right in front of you, but if you can’t imagine something that has never existed before, it’s impossible.” — Rita Dove.
Bons negócios!
XP Macro Strategy