dom, 8 de dezembro de 2024

Variedades Aplateia | 30 e 01.12.24

Ginete com paralisia cerebral conquista Freio de Bronze na prova Inclusão de Ouro

O evento, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, ocorreu no início de fevereiro no Parque Assis Brasil em Esteio

Portador de paralisia cerebral, Diego Madeira Izaguirre, 33 anos, natural de Rosário do Sul, mas radicado em Sant’Ana do Livramento, viu na paixão pelos cavalos a força necessária para superar todos os desafios da sua vida. Recentemente, o ginete conseguiu um feito inédito conquistando o Freio de Bronze montando a égua Numa Boa da Tuneira, na prova Inclusão de Ouro promovida pela ABCCC (Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos).
Os ginetes da terceira final oficial do Inclusão de Ouro proporcionaram um espetáculo que emocionou o público presente nas arquibancadas e também aqueles que acompanhavam a transmissão ao vivo pelos canais oficiais do Cavalo Crioulo. Divididos em duas forças (A e B), os ginetes superam as barreiras e se empoderam ao realizarem provas de Andaduras, Figura e Escaramuça Livre.
O Jornal A Plateia esteve na casa do ginete, nesta semana, para conhecer mais sobre a sua história. Diego tem paralisia cerebral de nascença por conta de complicações que teve no parto, quando inclusive foi dado como morto por alguns minutos. Durante a gestação, o bebê ficou com o cordão umbilical enrolado no pescoço e acabou faltando oxigênio em seu cérebro ocasionando a enfermidade. Após procedimentos médicos ele foi reanimado.
E mais, aos 9 anos de idade, tudo mudou em sua vida, Diego teve seus primeiros contatos com cavalos por ocasião das sessões de equoterapia, e de lá para cá nunca mais se distanciou dos animais. O contato direto com o cavalo desde a infância ajudou no seu desenvolvimento motor contrariando, inclusive, laudos médicos que atestavam que ele jamais caminharia. Com um sorriso no rosto e segurando nas mãos o troféu conquistado em Esteio, Diego diz que ir competir na prova já foi uma grande felicidade e sair de lá com a premiação é algo inesquecível. Com uma rotina de treinos todas as semanas em Livramento, o ginete, hoje, com 33 anos é um conhecedor de toda a lida e um apaixonado pela cultura gaúcha e diz que não vê a hora de poder encilhar seu cavalo para desfilar novamente em Livramento. Diego aproveitou a oportunidade para agradecer a força e o incentivo de todos os seus amigos que sempre estão lhe apoiando.
Ele ainda faz uma promessa de que nas próximas etapas da prova estará novamente de pé no estribo buscando mais títulos para Livramento nas pistas de Esteio.

Edição de Chico Bruno

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