qua, 22 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 18 e 19.01.25

Ocorrências de incêndios em campo têm aumento de 1.000% em janeiro

Segundo Corpo de Bombeiros foram registradas até o dia 31 de janeiro mais de 300 ocorrências envolvendo essa problemática nos municípios da região

Os recordes de calor histórico registrados no Rio Grande do Sul, sobretudo na Fronteira Oeste, no mês de janeiro, além de contribuir para uma forte estiagem que assola os produtores que estão tento perdas milionárias em diversas culturas, ainda trouxeram um problema maior: os incêndios em áreas de campo. Somente na área que compreende o 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, onde estão concentrados os maiores municípios produtores de pecuária, entre eles Sant’Ana do Livramento, Alegrete e Uruguaiana, o aumento de ocorrências envolvendo essa problemática teve um acréscimo de incríveis 1.000% nos registros. Em Livramento foram 183 ocorrências desde 20 de dezembro, quando entrou essa situação de extremo calor, somando-se mais de 300 ocorrências.
Essa informação foi repassada pelo sub-comandante do 10º Batalhão do Corpo de Bombeiros, Major Daniel Moreno, durante entrevista ao Jornal A Plateia, nesta semana. Segundo ele, neste período crítico foi utilizado todo o efetivo disponível tanto operacional, quanto administrativo nas diversas ocorrências registradas na região. Além de um reforço de bombeiros de Santa Maria e Santa Cruz do Sul com equipamentos e veículos. “É uma ocorrência que traz muitos desafios, principalmente pelas distâncias e muitas vezes por ser em locais isolados. Nós utilizamos todo o recurso disponível com os caminhões e com as camionetes equipadas para o deslocamento mais rápido e mesmo assim em muitos casos tivemos muitas dificuldades. Desde que entrei para a corporação nunca tinha visto nada igual. Livramento foi recorde de chamadas, mas os grandes incêndios foram registrados em Alegrete e Uruguaiana. É uma situação fora do comum”.
O sub-comandante explica que o acúmulo de ocorrências dificulta ainda mais o trabalho, pois as distâncias são grandes e o deslocamento pelas estradas rurais se torna lento por conta dos equipamentos pesados. Além disso, a comunicação pela falta de sinal telefônico é outro entrave. “Infelizmente não conseguimos dar conta de todas as chamadas. Outra situação é que não podemos deixar o perímetro urbano descoberto. As nossas equipes estão prontas 24 horas, mas o volume de ocorrência é muito alto. Para se ter uma ideia, tem dia que o nosso pessoal sai para uma ocorrência de manhã e volta à meia-noite. Quando ainda volta, há casos em que são deslocados para outra ocorrência. Mas isso faz parte da nossa profissão. Nestes anos todos nunca tinha visto uma situação igual. A combinação de altas temperaturas acima dos 40 graus, com baixa umidade tanto no ar como no solo por si só já é uma causadora de incêndio, em locais remotos, em muitos casos. Então, o combate se torna um grande desafio” explica.
Para tentar mitigar o máximo de danos possíveis, o Corpo de Bombeiros local está finalizando um curso de combate ao fogo em campo, que será ofertado aos produtores rurais por meio de turmas. O curso deverá ser disponibilizado nos próximos dias e dará dicas de como fazer o primeiro combate aos focos de incêndio. “Estamos terminando de montar o curso. Ele será oferecido aos produtores e aos seus colaboradores para o primeiro combate. Em breve estaremos divulgando mais informações”