O presidente da Câmara de Vereadores, Aquiles Pires (PT), divulgou esta semana uma nota dizendo que sua gestão à frente do Poder Legislativo será baseada no diálogo com os outros poderes e com a sociedade em geral. Nessa quinta-feira (03), em entrevista ao programa Resenha Livre, na TV A Plateia, o parlamentar comentou sobre o assunto e afirmou “eu gostaria de não ter feito esta nota, porque isso [o diálogo] deveria ser normal na política”.
Aquiles explicou que entregou a sua carteira da OAB e consequentemente se afastou da sua profissão de advogado para poder ser presidente. “Um sacrifício muito grande ser presidente, por isso eu estou fazendo todo o esforço para fazer um bom trabalho. Eu não iria me sacrificar para ficar brincando de presidente, o nosso trabalho é muito sério”.
Ele também comentou que algumas pessoas pensam que ele é manipulável por ser aberto ao diálogo. “Acham que porque tu tem o diálogo tu tem fragilidade, não, experiência de vida nós temos, experiência de vida pública nós temos, experiência de conselhos e sindicato nós temos. Eu me preparei, a vida me preparou, a minha profissão me preparou, muito embora a gente não fica impondo isso, porque isso as pessoas têm que sentir ao natural, mas aos que não sentirem ao natural vai ter que ser por outro meio. Ninguém assume a presidência de uma câmara para brincar, a minha fase de guri já passou há muito tempo”, afirmou.
Aquiles destacou que como seres racionais e que querem evoluir, as pessoas devem manter o diálogo permanente. “Muito mais ainda quando tu ocupas um cargo público e deve satisfação do teu trabalho para as pessoas”, comentou.
O petista disse que escutou algumas pessoas falar que ele estaria “do lado da prefeita” e afirmou: “isso me incomodou”. “A gente tem que esclarecer o que é estar do lado. Eu estou do lado da cidade, porque essa é a nossa função […] dialogar com o Executivo não significa estar do lado, pelo contrário, tu vai conseguir dar teu ponto de vista e contrapor”, explicou.
O vereador falou que o fato de ter sido prefeito interino no mês passado incomodou algumas pessoas, sem citar nomes. “Mas que culpa eu tenho, se eu sou o presidente e se a Lei Orgânica do Município diz que na falta do prefeito e do vice quem assume é o presidente da Câmara e aí eu não iria assumir? Eu iria deixar a cidade sem prefeito porque eu tenho uma briga ou porque eu não gosto da cara do prefeito? Não, que esperança”.
O presidente disse que se o diálogo permanente não for mantido a cidade não irá evoluir. “Se não tentarmos resolver os problemas, a nossa atividade fim não vai ter resultado nenhum, aí eu seria um inútil na política se eu só brigasse com todos e não tentasse construir”, comentou, complementando: “Não é negando diálogo que a gente vai evoluir, muito pelo contrário, é essa negação do diálogo, essa briga permanente nos setores do âmbito político do nosso município fez com que nossa cidade ficasse estagnada e pior, retroagindo”. Aquiles Pires finalizou com a seguinte frase: “As instituições estão a cima das questões individuais e partidárias”.
