Uma equipe de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves de Santa Catarina esteve em Sant’Ana do Livramento, nas últimas duas semanas, realizando a fase inicial de um estudo que visa quantificar dados de pesquisa sobre os diferentes aspectos do modo de vida livre dos javalis asselvajados na região do Bioma Pampa.
Na primeira parte do estudo, os pesquisadores realizaram, com apoio da Equipe Javali no Pampa, a captura e a colocação de 12 aparelhos GPS em animais de diferentes propriedades, com o objetivo de monitorar por exemplo informações sobre quais os horários e ambientes que esses animais costumam frequentar, distância de deslocamento dentro de uma mesma área em um determinado raio de ação, impacto de sua presença junto aos rebanhos e lavouras entre outras informações.
Segundo a médica veterinária Virginia Santiago, pesquisadora da Embrapa, o trabalho realizado em Livramento iniciou no ano de 2015 com o foco na avaliação da parte sanitária dos animais e agora o estudo entrou em uma nova etapa populacional. “Essa é uma linha muito antiga de pesquisa que a Embrapa tem, que está bem alinhada com o Plano Nacional de Controle e Prevenção do Javali. Então a gente conhece bem a região e essa etapa vai nos trazer outros dados importantes para a pesquisa”, destaca.
Já o pesquisador e biólogo Marcos Tortato, o método de rastreamento utilizado nos animais em Livramento é bastante conhecido no estudo de comportamento de diversos animais no muito inteiro. “É como se fosse um rastreador veicular onde a gente instala o aparelho em uma coleira. Ela tem um GPS acoplado que se comunica via rádio e armazena os dados. Quando esse animal for recapturado nós vamos ter dados e todas as informações do seu modo de vida. Onde ele dorme; que horas ele começa a andar; que hora ele para; quais são os principais pontos no campo que ele utiliza; quando ele frequenta uma área que tem criação por exemplo. São dados importantes que vão nos ajudar a entender o comportamento desses animais e colaborar com outras frentes”, disse.
O pesquisador da Embrapa comenta que foram instalados seis aparelhos nos machos e seis nas fêmeas para saber se existe uma diferenciação comportamental entre eles, sendo os GPSs colocados em indivíduos adultos e em diferentes áreas no munícipio. Sobre o método de captura foram utilizadas as jaulas currais. A veterinária Virginia Santiago orienta que, caso alguém venha capturar, ou abater, algum desses animais, que o restreador seja removido e encaminhado para o Sindicato Rural ou para a Equipe Javali no Pampa.
