É de Sant’Ana do Livramento, Capital Nacional da Ovinocultura, a cabanha que produz uma das lãs mais finas do Brasil. Localizada na região de São Diogo, a Cabanha de propriedade de Zeca e Sônia Silveira, é uma referência já consolidada na produção de lãs finas. Criatório da raça Merino Australiano desde 2002, desenvolve há quase 20 anos o trabalho de análise, armazenamento, certificação e medição da micronagem – medida do diâmetro da fibra da lã de seus animais, atingindo em 2021 a média ponderada de todo o lote da propriedade em 17.4 micras como prova o certificado feito pelo SUL (Secretariado Uruguaio da Lã).
Neste certificado, as amostras de lã são analisadas e medidas informando além da finura, também o fator de conforto, rendimento ao lavado, o pentear e a coloração. Segundo a proprietária, Sonia Silveira, esses dados são fundamentais para a indústria que vai transformar a lã em fios ou tecidos. “Produzimos uma lã superfina e de qualidade, mas buscamos atingir a nossa meta que é o status de ultrafina, que é considerada em torno de 16.5 micras, que tem um maior valor comercial agregado”.
A produção da lã da cabanha é comercializada em uma barraca da cidade que realiza a exportação para o Uruguai. Em 2020, em plena pandemia, a lã foi comercializada no valor de R$ 40,00 o kg. “Aqui no Brasil, a ARCO, Associação Brasileira de Ovinos, que tem sede na cidade de Bagé, disponibiliza aos produtores o serviço de micronagem. Acredito que esse seja o caminho de todos os que produzem lã, pois sabendo qual é a finura do seu rebanho poderão buscar melhores preços na hora da venda. O mercado de lã é muito promissor, e hoje temos uma indústria que está em busca de produtos que tenham abaixo de 19.5 micras. Para nós, é motivo de muito orgulho de produzir a matéria-prima que irá formar os tecidos mais valorizados do mundo”, encerrou.
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