As ações asiáticas e os futuros dos EUA subiram nesta terça-feira, com apostas de que as vacinas podem ajudar a controlar o surto da variante Ômicron, além de sinais de que o presidente Joe Biden ainda pode salvar sua agenda econômica na ordem de US $ 2 trilhões.
Os investidores estão tentando avaliar até que ponto a nova variante interromperá a reabertura econômica global, podendo impactar as perspectivas de estímulo fiscal dos EUA. Esses riscos, juntamente com o aperto da política monetária, foram os principais responsáveis pela forte correção registrada na última semana.
A Moderna se tornou a mais recente fabricante de vacinas a dizer que uma terceira dose de sua vacina Covid-19 aumentou os níveis de anticorpos contra a Ômicron, enfatizando a gama de tratamentos para coronavírus agora disponíveis.
Nos EUA, o presidente Joe Biden, ainda não desistiu de seu plano econômico Build Back Better, de cerca de US $ 2 trilhões mesmo depois que o senador democrata Joe Manchin o rejeitou em uma entrevista à Fox News.
A mobilidade restringe o risco do coronavírus de afetar a cadeia de suprimentos e os problemas trabalhistas que alimentaram a inflação e levaram os bancos centrais a restringir as configurações monetárias.
Os últimos dados a cerca da pandemia mostraram que a Ômicron foi responsável por 73% de todas as infecções por Covid-19 na semana passada nos EUA. A Nova Zelândia está adiando a reabertura em fases de sua fronteira até o final de fevereiro. As infecções diárias na África do Sul, onde a variante foi identificada pela primeira vez, caíram quase pela metade, embora o número de hospitalizações e as mortes tenham aumentado significativamente
Por aqui, as hospitalizações de pacientes com sintomas respiratórios em São Paulo voltaram a crescer neste mês de dezembro. Nos últimos sete dias, o número de internações nos hospitais da Grande São Paulo passou de 1.163 para 1.757, crescimento de 51%. O alerta é do Observatório Covid-19 BR, com base em análise dos dados publicados pela Fundação Seade do Censo Hospitalizar do Estado de São Paulo e pela Secretaria Municipal de Saúde da capital.
Segundo o observatório, o crescimento é compatível com o surgimento de novos agentes infecciosos – no caso, a variante Ômicron do Sars-Cov-2 e a variante Darwin do vírus Influenza, que escapa da vacina contra a gripe aplicada este ano. Entretanto, ainda não há dados que demonstrem a relação entre a ação dos novos vírus e o aumento de hospitalizados. O observatório oferece três hipóteses para isso: o crescimento estar associado a novas infecções do coronavírus, causados pela variante Ômicron; existência de uma epidemia do vírus H3N2 (Influenza A) pela cepa Darwin, que escapa à vacina; e um cenário de combinação das duas.
Nas últimas duas semanas, São Paulo também registrou mais atendimentos de casos de pacientes com quadro respiratório. Nesta segunda-feira, 20, a rede de saúde municipal teve 837 pacientes atendidos. Há duas semanas, no dia 6 de dezembro, foram 305. O aumento é de 174%. “Essa mudança é um forte motivo de alerta e, se esse crescimento permanecer, poderemos caminhar para um cenário dos mais graves da pandemia, em termos de morbidade, sobrecarga do sistema de saúde e consequente desassistência”, diz o alerta.