qua, 22 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 18 e 19.01.25

Morning Call: mercados viram para o negativo após redução no apetite por papéis ligados à tecnologia

As ações asiáticas encerram a sexta-feira no terreno negativo, mesma direção indicada pelos futuros em Wall Street, em meio a uma queda nas ações de tecnologia, à medida que o aperto da política monetária vem impactando o sentimento otimista em relação à bolsa, enquanto os riscos para o crescimento econômico trazidos à tona pela variante Ômicron, vêm ajudando a sustentar a demanda por títulos do Tesouro americano.
Germano Rigotto

O índice Ásia-Pacífico da MSCI caiu pela quinta sessão em seis, com as ações chinesas de tecnologia caindo mais de 2%. A recente decisão do Federal Reserve em direção à redução do estímulo, minou parte do interesse dos investidores pelas empresas de tecnologia mais valiosas, que dominam o indicador americano.

Os bancos centrais em todo o mundo estão priorizando a luta contra a inflação elevada, restringindo as configurações monetárias, ao mesmo tempo em que mantêm um olhar atento sobre o impacto da nova cepa.

O Banco da Inglaterra aumentou inesperadamente as taxas de juros nesta quinta-feira, elevando a cotação da libra. O Banco Central Europeu temporariamente impulsionou a compra regular mensal de títulos por seis meses, para suavizar a retirada do estímulo iniciado no auge da crise.

O Federal Reserve dobrou esta semana o ritmo com que reduz as compras de títulos e projetou aumentos nas taxas de três quartos de ponto em 2022, outros três em 2023 e mais dois em 2024.

Por outro lado, a autoridade monetária do Japão alongou sua retirada da ajuda emergencial à pandemia nesta sexta-feira, em um movimento que contrasta com a urgência de outros grandes bancos centrais em reduzir o estímulo.

O Senado americano aprovou uma legislação que proibirá produtos da região chinesa de Xinjiang, a menos que as empresas provem que não foram feitos sob trabalho forçado.

O governo Biden também adicionou 34 alvos chineses à sua lista de entidades proibidas, mantendo a tensão com Pequim efervescente.

A variante Ômicron continua a se espalhar. Biden alertou que os americanos não vacinados enfrentarão “um inverno de doenças graves e mortes”, enquanto o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida pediu à Pfizer Inc. uma entrega mais rápida de vacinas anti-Covid.

Por aqui, a Polícia Federal concluiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) agiu deliberadamente para promover desinformação sobre o sistema eletrônico de votação.

A afirmação consta no relatório final do inquérito sobre a live realizada por Bolsonaro no dia 29 de julho, transmitida simultaneamente pelas redes sociais e pela TV Brasil, para questionar a segurança das urnas. O documento foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada federal Denisse Dias Rosas.

“Este inquérito permitiu identificar atuação direta e relevante do Exmo. Sr. Presidente da República Jair Messias Bolsonaro na promoção da ação de desinformação”, diz um trecho do relatório.
A PF sugere que o presidente seja investigado no inquérito das milícias digitais – o mesmo que pegou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). A delegada ainda propõe o envio do caso para a Controladoria-Geral da União e para o Ministério Público Federal.

Depois de ouvir os envolvidos na organização da live, incluindo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, a PF entendeu que o processo de preparação foi feito de ‘maneira enviesada’ para promover uma ‘teoria conspiratória’.

“Houve vontade livre e consciente dos envolvidos em promover, apoiar ou subsidiar o processo de construção da narrativa baseada em premissas falsas ou em dados descontextualizados”, aponta.