qua, 22 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 18 e 19.01.25

“Quem precisa de recolhimento de lixo, de iluminação e estradas…?”, questiona prefeita após decisão da Câmara

Legislativo aumentou seu orçamento em mais R$ 2 milhões, retirando valores do orçamento para serviços essenciais em 2022
Prefeita Ana Tarouco (PL) - Foto: Marcelo Pinto

A prefeita Ana Tarouco (DEM) se manifestou pela primeira vez, nesta terça-feira (14), sobre a mudança feita pelos vereadores na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022. Por 11 votos a cinco, os parlamentares aumentaram o orçamento da Câmara em mais R$ 2,470 milhões para investir na manutenção estrutural da Câmara, aquisição de veículos, equipamentos de informática e móveis, entre outros.

Em sua manifestação nas redes sociais, a prefeita destacou a perplexidade com que tem recebido as mudanças feita no orçamento. “Das luzes ao obscurantismo – A Santana do século XVII. Nos últimos dias temos assistido (atônitos) a sede por dinheiro de um dos Poderes constituídos. Pelo ‘jogo democrático’ (ou em nome dele) alguns dos eleitos pelo povo estão se dando ao luxo de dispor, em 2022, de mais de 6 milhões de reais dos cofres públicos para a satisfação de suas necessidades (poucas) e de seus interesses (muitos). No total, aproximadamente, 15 milhões de reais em repasses/destinações ao outro Poder garantirão direitos, deveres e luxos”, pontuou Ana.

Ainda na sua manifestação, a prefeita fez questão de destacar que os valores estão saindo dos cofres do município, que ainda passa por dificuldades financeiras. “Nunca será demais dizer que este dinheiro está saindo do cofre único de um Município pobre e com capacidade arrecadatória (ainda) pífia. Sim…Falo de nossa Santana. E não só! Os mesmos eleitos foram claros em retirar dinheiro do ‘lixo’, da iluminação pública, da manutenção de ruas e estradas e até mesmo do recurso de emergência do Município. Ora bolas…quem precisa de recolhimento de lixo, de iluminação e estradas não é mesmo?”, questionou.

E continuou: “Verdade seja dita que alguns poucos ‘illuminatis’ até tentaram fazer o discurso da legalidade, da técnica orçamentária e do bom senso para garantir que as necessidades dos Poderes fossem alcançadas, pois são devidas e justas. Assim como tentaram – sem sucesso – que os interesses privados cedessem espaço ao interesse coletivo, numa ponderação de direitos e deveres digna de nota. Foram – literalmente – votos vencidos, mas não menos dignos de consagração popular pelas luzes do senso coletivo. Alguns não querem luzes nem limpeza! A questão que fica, neste momento, é por quê?”.

“Para, simplesmente, privilegiar a escuridão e o individualismo do interesse privado, retirando direitos básicos (lixo, iluminação, ruas, etc), numa total falta de sintonia popular e de bom senso coletivo OU, mais uma vez, para tentar trazer para o campo do ‘jogo democrático’ o outro Poder e curvá-lo a negociações ‘não tão’ republicanas; prática bem comum ao longo do último ano por aqueles avessos a depuração (limpeza) do sistema? O futuro dirá, inclusive, se a ‘lixama’ predominará nas ruas e se a escuridão vencerá as luzes – dos postes e do conhecimento”.