O índice das ações chinesas de tecnologia negociadas em Hong Kong recuou pelo terceiro dia. As ações da China Continental flutuaram e os títulos do governo subiram em meio a apostas de que o banco central em breve aliviará a política monetária para ajudar o crescimento econômico.
O primeiro-ministro chinês Li Keqiang sinalizou um corte próximo na quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em reserva – o que pode ocorrer ainda este mês.
O órgão de vigilância de valores mobiliários da China no domingo tentou minimizar os temores sobre a retirada das empresas chinesas das bolsas americanas. O plano da Didi Global de mudar sua listagem de Nova York para Hong Kong fez com que as ações do país nos EUA despencassem e gerou temores de que outros o seguiriam.
Nos EUA a atenção se volta para os preços ao consumidor americano, que devem mostrar o maior avanço anual em décadas, mantendo a pressão sobre o Federal Reserve para fornecer um aperto de política mais rápido. É improvável que essa avaliação mude depois que os empregos nos EUA tiveram o menor ganho neste ano.
Enquanto os mercados estão nervosos com a variante Ômicron, a África do Sul relatou que a variante não está alimentando um aumento nas hospitalizações, e o consultor médico dos EUA Anthony Fauci disse que não parece haver “um grande grau de gravidade” para a mesma, embora tenha alertado que é muito cedo para ter certeza. O presidente da farmacêutica Moderna disse que há um “risco real” de que as vacinas existentes sejam menos eficazes contra o Ômicron.
Entre as commodities, o ouro opera estável e o petróleo subiu depois que a Arábia Saudita aumentou os preços do petróleo produzido no país. Já o Bitcoin despencou no sábado opera abaixo dos US $ 50.000.
Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro quer assinar uma medida provisória para determinar que apenas o governo federal pode decidir sobre a obrigatoriedade do passaporte da vacina contra a covid-19.
“Tem uns itens que falam das medidas a serem adotadas por qualquer agente sanitário, Estado e município. Quero trazer para agente federal”, afirmou Bolsonaro.
Atualmente, uma lei sancionada em fevereiro de 2020 para o enfrentamento da covid-19 autoriza o poder público a adotar medidas para conter o avanço da doença, entre elas a vacinação. O Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu autonomia para Estados e municípios nas medidas sanitárias, mas sem retirar a competência da União para cuidar da saúde dos brasileiros.
Uma medida provisória assinada por Bolsonaro teria o poder de alterar imediatamente essa lei, interferindo na autonomia de Estados e municípios, mas poderia ser rejeitada pelo Congresso. Pelo menos 20 capitais do Brasil passaram a exigir algum tipo de passaporte da vacina para entrar em eventos ou frequentar determinados tipos de estabelecimento.
Para especialistas, a medida ajuda a reduzir o risco de transmissão da covid-19, principalmente em ambientes fechados, e ganhou importância extra diante da chegada da variante Ômicron, cujos estudos preliminares apontam maior risco de contágio. O governo Jair Bolsonaro, porém, tem sido forte opositor da medida.