A semana inicia com as ações da Ásia encerrando a sessão majoritariamente no negativo (exceção á China), a exemplo do que ocorre com os futuros em Wall Street, com os investidores observando como as pressões sobre os preços podem impactar a política monetária e o ritmo da recuperação econômica.
Os futuros dos EUA caíram depois que todos os seus principais benchmarks renovaram suas máximas históricas na sexta-feira, com o S&P 500 registrando sua quinta recuperação semanal consecutiva, após a divulgação de um payroll que veio muito melhor que a encomenda, indicando uma sólida retomada do emprego na maior economia do mundo.
Na China, o Partido Comunista se reúne pela primeira vez em mais de um ano nesta semana. O encontro está previsto para preparar o terreno para a prorrogação do mandato do presidente Xi Jinping, que tem prometido em sua sua “campanha” intitulada “prosperidade comum”, uma maior e melhor redistribuição de riqueza no país.
Entre os indicadores, a China registrou um superávit comercial mensal recorde em outubro, à medida que as exportações aumentaram, ressaltando o apoio à economia chinesa que desacelerou fortemente nos últimos meses. Nos EUA, a Câmara aprovou na sexta-feira o maior pacote de infraestrutura dos EUA em décadas.
O debate sobre a inflação continua a obscurecer os mercados que por hora, se mostra resiliente após números robustos de sua temporada de balanços, apesar da inflação mais alta e dos problemas da cadeia de abastecimento.
Entre as commodities, o petróleo avança à medida que os investidores vão pesando as chances da utilização da Reserva Estratégica de Petróleo dos EUA, depois que a OPEP + resistiu a um apelo do presidente Joe Biden para aumentar o fornecimento mais rapidamente.
Por aqui, a decisão da ministra Rosa Weber de suspender temporariamente os repasses feitos pelo governo Jair Bolsonaro a parlamentares da base aliada por meio do orçamento secreto tende a gerar um racha entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Um julgamento no plenário virtual vai revisar a ordem liminar amanhã (09).
Ao Estadão, interlocutores dos ministros afirmaram que a decisão de Weber tende a ser mantida, porém, com um resultado apertado, disputado voto a voto, diante das pressões exercidas por parlamentares que se beneficiam da distribuição sigilosa de emendas do relator-geral do orçamento (RP-9).
A chance de pedidos de vista (suspensão) ou destaque (encaminhamento ao plenário físico) surgirem durante o julgamento é considerada remota, sobretudo, por se tratar de uma decisão provisória em um contexto com implicações diretas na dinâmica entre o Executivo e o Legislativo.
A possibilidade de o julgamento terminar empatado é aventada por pessoas próximas aos ministros por causa da falta de consenso sobre o orçamento secreto. Neste cenário, caberia a um novo ministro, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para a cadeira vaga depois da saída de Marco Aurélio Mello, decidir os rumos do esquema que sustenta a governabilidade do Planalto. Para o cargo, foi indicado André Mendonça, mas seu nome ainda depende de sabatina no Senado e enfrenta resistências na Casa.