Gilberto Jasper
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No final de semana matei a saudade de Santa Cruz do Sul, cidade que me acolheu entre 1983 a 1985, coincidentemente meus dois últimos anos de faculdade de jornalismo cursada na Unisinos, de São Leopoldo. Cheguei para trabalhar na Gazeta do Sul, um dos mais tradicionais jornais do Estado, mas acabei integrado às rádios Gazeta, então AM e FM que pertenciam à mesma empresa.
A visita do sábado e domingo deveu-se à disputa do campeonato estadual de basquete de veteranos que tem a participação do meu concunhado e irmão Mário “Dódi” Ferreira, com jogos no moderno ginásio de esportes da Unisc. Fiquei hospedado na casa de outro grande parceiro, Mário Jost, onde comida, parceria e cerveja gelada não faltaram.
À época que morei em Santa Cruz do Sul, a cidade respirava três esportes com intensa participação da comunidade: futebol, basquete e tênis, estas duas últimas modalidades pouco conhecidas para mim. Logo depois que mudei de cidade a equipe santa-cruzenses da Pitt-Corinthians sagrou-se campeã da Liga Nacional de Basquete, numa final disputada no no ginásio Tesourinha, em Porto Alegre.
No final de semana foi emocionante reencontrar craques divididos nas categorias Mais-60 e Mais-70 anos vindos de diversos municípios gaúchos. Se as pernas não têm aquela agilidade de antigamente e que fomentou rivalidades históricas, a cabeça continua focada na quadra, comprovando que “quem sabe, não desaprende”.
Quanto à cidade, continua sendo um conjunto urbano típico de cartão postal, um jardim “ao vivo”, limpa, arborizada, em permanentes obras de melhorias e embelezamento. Obviamente os vândalos também existem por lá, mas vi poucos sinais de ação destes marginais ou pichações que também devem existir.
É impressionante a quantidade de comunidades do interior que observa este mesmo fenômeno. São cidades em que o zelo, o capricho e o respeito à propriedade pública e privada são preservados, quase sagrados. Falo disso com imensa admiração, mas também muita raiva pelo que vejo, por exemplo, em Porto Alegre.
Parte da belíssima orla do Rio Guaíba foi entregue domingo ao uso da população, mas pelo menos dois casos de pichação foram flagrados pela Guarda Municipal, num evidente flagrante da falta de educação e comprometimento de parte da comunidade. Enquanto a educação for mero discurso para ganhar eleições, a destruição do belo, que pertence a todos, continuará.