A prefeita Ana Tarouco (DEM) afirmou ter recebido com tranquilidade a notícia da denúncia que pede a cassação de seu mandato na Câmara de Vereadores, realizada na última terça-feira (19). A mandatária estava em Brasília cumprindo agendas “pelo desenvolvimento, coisas que alguns parecem preferir ignorar”, disse.
Tarouco disse que tem compromisso com a cidade: “que segue independente dos interesses reais camuflados pela cortina do pagode”, fazendo referência ao motivo pelo qual foi protocolada a denúncia: a música ao vivo em comemoração aos 133 anos da Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento.
Ana ainda fez referência ao pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na época manifestantes afirmavam que o processo não era apenas por um aumento de vinte centavos na passagem. “Importante é que a cidade saiba que não é pelos 20 centavos”, afirmou.
Ana disse que recebeu a notícia de forma tranquila, sem surpresa: “sabemos o terreno que estamos lidando”, pontuou.
Ela ainda contou que, como cidadã, se sente envergonhada pela atitude dos vereadores, destacando: “quem perde é a cidade”, pois “a delegada Ana tem para onde voltar”.
Ana afirmou que a cidade pode perder o rumo do desenvolvimento que vem tendo nos últimos 10 meses de seu mandato. “Sant’Ana pode estar perdendo de dar um passo para frente” e complementou: “nestes dez meses já fizemos história positiva em muitos aspectos”.
A chefe do Executivo falou que a abertura do processo de cassação não foi somente pelo objeto proposto e sim pelo temor das pessoas pelo seu projeto. “Não é pelo pagode, é por uma percepção de que, talvez, o nosso projeto arrojado, corajoso, seja um projeto que dá certo. ”
Em relação aos seus eleitores, Ana afirmou: “podem ficar tranquilos”.
O QUE DISSE O VEREADOR?
O presidente da Comissão Processante, o vereador Aquiles Pires (PT) afirmou que uma das funções da Câmara de Vereadores é processar e julgar o chefe do Executivo se houver a denúncia, fato que aconteceu. “A gente não pode fugir deste trâmite, mas sempre obedecendo toda formalidade”, disse o vereador.
SANTA CASA
Em nota, a Santa Casa destacou que reforça o seu compromisso com a qualidade do serviço prestado e destacou que apresentações como as realizadas no último dia 15 de outubro acontecem há vários anos em frente ao hospital. “Causa espanto a postura polêmica e até mesmo controversa de alguns diante dos fatos, pois de há muito tempo a Santa Casa é agraciada com apresentações de bandas musicais, a exemplo da fanfarra (do 7º RC Mec) nos anos de 2018, 2019 e 2020, conforme amplamente noticiado na imprensa local”, disse a nota.
O comandante do 7º Regimento de Cavalaria Mecanizado (7º RCMec), tenente coronel Marco André se manifestou publicamente, em entrevista à Rádio RCC, sobre a vinculação da fanfarra do Exército Brasileiro com relação ao ocorrido na Santa Casa de Misericórdia, no último dia 15 de outubro e afirmou: “talvez a gente esteja sendo usado como peça de manobra política”.
Marco André também explicou que, em sua visão, o Exército foi a base para justificar o acontecido no hospital. “Utilizaram o nome do regimento como forma de justificativa”, disse.
O comandante frisou que o Exército Brasileiro não se envolve em política partidária. Ele ainda explicou que o trabalho da fanfarra é levar música aos hospitais e asilos para alegrar os ambientes. “A nossa intenção sempre foi levar alegria”, disse destacando que a ação será reavaliada dentro do próprio Regimento.
Yuri Cardoso
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