Diante da possível fusão entre os partidos Democratas (DEM) e Partido Social Liberal (PSL), os vereadores, prefeitos, deputados e senadores que não compactuarem com as ideias do possível novo partido, denominado “União Brasil”, terão que procurar uma nova sigla para se filiar. Um dos principais apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio Grande do Sul, o deputado estadual tenente coronel Zucco, do PSL, afirmou que não vê com bons olhos a fusão. “Vejo com muita indignação, porque é um partido que ficou grande em função do Bolsonaro e agora está de certa forma o traindo”, disse.
Zucco explicou que a maioria dos eleitos, em 2018, conquistaram uma cadeira no Congresso Nacional na base do presidente, então filiado ao PSL e que depois de empossados, mudaram de posição em relação ao governo. “A cúpula do partido, em grande parte de parlamentares viraram oposição, sendo que foram eleitos na bandeira Bolsonaro”, afirmou.
O deputado não descartou a possibilidade do seu atual partido apoiar a reeleição de Bolsonaro. “Existe a possibilidade do PSL apoiar o presidente? Existe, pequena, mas existe”. Ele explicou que conversou com lideranças da sigla que falaram que mantém contato com o presidente da República, mas que a fusão esfria a possibilidade.
Segundo o parlamentar, Bolsonaro tem algumas condições para filiar-se e concorrer à reeleição por um partido. “Ele quer algumas condições, como indicar senadores, indicar de repente nominatas e diretórios” e complementou, “não é que ele queira um partido seu, mas ele quer pessoas alinhadas ao que ele pensa”.
Quanto à possibilidade de filiar-se ao União Brasil, Zucco declarou: “Eu só migro se oficialmente apoiar o governo Bolsonaro”. E informou que “o União Brasil não abriu diálogo para apoio ao governo Bolsonaro e se não estiver alinhado a ele, eu não permaneço”.
Questionado para onde pretendia seguir sua vida política o deputado afirmou que está dialogando com algumas siglas. “A gente está conversando com o Partido Progressista e existe também a possibilidade do PTB. São dois partidos que já oficializaram apoio ao Bolsonaro, são os dois que estão no radar, mas não tem nenhuma definição”.
Ele explicou que não irá necessariamente se filiar ao mesmo partido de Bolsonaro, uma vez que as posições variam de Estado para Estado, mas estará na base de apoio.
GOVERNO DO ESTADO
Sobre uma possível candidatura ao Governo do Rio Grande do Sul, Zucco declarou: “Eu já fui sondado por alguns partidos, mas eu sempre falo que majoritária não pode ser uma construção unilateral, tem que ter uma conversa com outros partidos, tem que ter uma conversa com o próprio presidente Bolsonaro” e complementou, “vamos aguardar um pouco, para avançar nesta pauta”.