Com um aperto de mãos, assim foi o desfecho do desentendimento entre duas famílias ocorrido no último domingo (15), no Lago Batuva, fato que ainda não está totalmente esclarecido.
O entendimento ocorreu durante um encontro organizado pelo secretário Jean Alves, na Secretaria Municipal de Obras, com os dois pais de família, onde ambos se desculparam. “Estamos propensos a briga, acho que o que aconteceu, aconteceu. O que vale agora é a hombridade desses dois pais de família, de vir aqui, conversar e chegar em um consenso dae que não vale a pena. O mundo precisa de paz, de pessoas que tenham a capacidade de cultuar a paz”, destacou Jean Alves.
Mario Barroso, santanense, salientou a importância do esclarecimento dos fatos. “Como pai de família, como cidadão, como pessoa, ser humano, agora, não importa de que parte foi, o que aconteceu, viemos aqui em comum acordo, precisamos deixar todo mundo de coração limpo”, disse o Mário Barroso.
Daniel Pereira, paulista, reforçou que a retaliação acontecida por ambas as partes não trouxe benefícios para eles. “Da minha parte, a gente entrou em acordo de que nenhum mal acontecido, a ele ou a mim, ou qualquer tipo de retaliação de ambas as partes, vai beneficiar a ninguém. Depois de tudo isso, a gente tira uma lição de vida”, relatou o pai da família de Ribeirão Preto, Daniel Pereira.
Relembre o caso
No último domingo (15), as duas famílias se envolveram em uma discussão que culminou em vias de fato e boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil. De acordo com Daniel Pereira, ao anoitecer, ele e sua família foram surpreendidos quando aconteceu uma queda de energia elétrica, ao verificar o motivo, avistou um homem com um pedaço do fio na mão, fio este que conduzia energia elétrica para o motorhome.
A família Mendes Alves, acusada de roubar os fios que levavam energia ao motorhome, explicou que após o almoço, pegou seus filhos e netos e foi para o Lago onde passaram quase uma hora. “No momento em que estávamos nos retirando, às seis e pouco, já tínhamos brincado com as crianças e tudo, quando esse senhor saiu de dentro do banheiro junto com sua esposa gritando que eu era ladrão, que eu tinha roubado, sendo que eu estava sentado dentro do veículo e ele continuou gritando em direção ao meu carro, mas eu continuei, coloquei a chave na ignição e iria sair, pois eu não vi nada e não sabia de nada e ele avançou por dentro do carro e me tomou a chave do auto”, disse Barroso.
Segundo o paulista, ele questionou o fato de Mário estar levando o fio. “Ele estava tentando fugir, fui no carro e tirei a chave da ignição. Nisso, as pessoas que estava dentro do carro vieram conversar comigo. Mas não sei em que momento, eles pegaram e começaram a discutir com a minha mulher e avançaram nela. Então tive que tomar uma postura que eu não queria, entrei em luta com ele”, relatou Daniel.
Segundo Nilda, esposa de Daniel, uma de suas filhas, de 16 anos, ficou com a mão totalmente machucada sendo levada pela Brigada Militar ao hospital porque achou que tinha fraturado.
“O meu filho, de 13 anos, apanhou tanto, que elas rasgaram todas as roupas dele”, relatou. A mulher considerou o fato como “uma cena de filme de terror”.
Mário contou que, no momento, desceu do veículo e pediu explicação do que estava acontecendo e que a família do motorhome só gritava chamando-o de ladrão. Em meio à discussão, segundo Mário Barroso, um dos filhos de Daniel Pereira, pegou uma pedra e arremessou em direção da sua esposa. “A minha netinha de sete anos gritou: vó, olha a pedrada”, reiterando que ele também estava com crianças, pois seus netos estavam lá e que pediu calma em todo o momento, sendo que, Daniel continuou gritando até lhe agredir com fios.
Daniel contou que está com a família no Batuva provisoriamente e que já comprou um terreno onde irá construir sua casa. “A gente não veio para ficar no Batuva, nós viemos até conseguirmos nos estabilizar”.
Quanto à possibilidade de ir embora de Sant’Ana do Livramento, a pai da família de Ribeirão Preto, em São Paulo, disse: “Eu não penso em mudar daqui, porque a gente veio para cá para ficar, já estamos fixos aqui”.