qua, 22 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 18 e 19.01.25

Morning call: Brasília deve seguir ditando ritmo para o mercado após nova ofensiva de Bolsonaro ao STF

A semana se inicia com os futuros em Wall Street em leve queda, depois de um fechamento negativo em praticamente toda a Ásia (exceção à China que fechou praticamente estável: +0,03%) e com os recém abetos mercados da Europa operando igualmente e majoritariamente em queda.

Os rendimentos de dez anos dos títulos dos EUA caíram três pontos-base e o dólar ganhou forças ante seus pares. As ações chinesas fecharam estáveis, uma vez que as vendas no varejo do país e os dados da produção industrial mostraram que a atividade desacelerou mais do que o esperado na segunda maior economia do mundo.

Os investidores aguardam pela audiência do presidente do Fed, Jerome Powell, na terça-feira que pode dar pistas sobre se a série recente de fortes dados econômicos se qualifica como um “progresso adicional” para o banco central reconsiderar a redução de estímulos.

Assim, as especulações sobre um anúncio na reunião de Jackson Hole (no fim deste mês) se aprofundam, mesmo com os dados de sexta-feira mostrando que a confiança do consumidor americano despencou para o mínimo de quase uma década.

Além da fala de Powell, os investidores monitoram também as últimas atas do Comitê Federal de Mercado Aberto nesta semana, já que há visões conflitantes sobre se a alta inflação irá estimular a volatilidade persistente nos títulos do Tesouro.

As ações nos EUA e na Europa bateram recordes na semana passada, impulsionadas pelo avanço global da vacinação, mas a variante delta continua sendo uma ameaça. Além disso, dominando as manchetes do final semana está o alarme retorno do Taleban, que assumiu novamente o controle do Afeganistão no vácuo deixado pela saída das forças dos EUA e da OTAN.

As ações europeias operam em queda, quebrando uma sequência de 10 dias sem perdas, com as ações de energia e commodities pesando para o índice de referência Stoxx Europe 600.
Entre as commodities, o petróleo bruto cai pelo terceiro dia, já que a propagação contínua da variante delta prejudica as perspectivas para a demanda global, mesmo que os dados de produção dos EUA apontem para o aumento da atividade.

Por aqui, sob a liderança do cantor sertanejo e ex-deputado Sérgio Reis, uma promessa de paralisação das atividades dos caminhoneiros ganhou força nas redes sociais neste domingo, 15.

Pelas mensagens postadas, os profissionais deverão cruzar os braços em 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, em um movimento que engrossaria outras manifestações públicas já programadas a favor do governo de Jair Bolsonaro. Lideranças dos caminhoneiros, no entanto, afirmam que o artista não os representa, e o Ministério da Infraestrutura, nos bastidores, não leva a mobilização a sério.

Em áudio e vídeo atribuídos ao cantor, e que circulam em grupos de WhatsApp e no Twitter, Sérgio Reis convoca uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), um dos alvos de ataques do presidente, de quem o músico é aliado.

Ontem, 14, por meio das redes sociais, Bolsonaro disse que apresentará ao Senado um pedido de impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

“Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no País, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro”, disse Reis em uma reunião, em Brasília, com representantes do agronegócio, sentado ao lado do presidente da Aprosoja, Antonio Galvan. “Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ai do caminhoneiro que furar esse bloqueio”, ameaçou Reis no vídeo.