A terça-feira foi de queda para as bolsas asiáticas, enquanto os futuros em Wall Street trabalham muito próximos da estabilidade e os recém abertos mercados europeus, operam majoritariamente em alta, com destaque para o índice Dax, na Alemanha. Os mercados refletem as preocupações com a variante delta do Covid-19, considerada altamente infecciosa, gerando cautela entre os investidores.
Ainda assim, o Índice Stoxx Europe 600 registra leve alta , embora os novos limites para viagens da Grã-Bretanha tenha provocado uma fuga dos papéis ligados a operadoras de cruzeiro e companhias aéreas. Um índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico registrou sua primeira queda em seis dias, enquanto os países da região também lutam para conter a nova cepa altamente transmissível.
Os futuros do S&P 500 operam estáveis depois que as ações de tecnologia levaram os benchmarks dos EUA a novos recordes na segunda-feira. O petróleo opera em queda e o ouro se dirige para a maior queda mensal em mais de quatro anos.
Os estoques globais devem fechar seu quinto avanço trimestral em meio ao avanço da vacinação pelo mundo, o que impulsionou a recuperação econômica, mas gerou preocupações sobre o aumento das pressões sobre os preços e a retirada das medidas de estímulo por parte dos bancos centrais.
A recuperação também impulsionou o comércio de reflação à medida que mais economias reabriram, embora isso esteja sendo prejudicado, pois alguns países, especialmente na Ásia, estão ficando para trás em suas estratégias de vacinas.
A variante Delta vai se consolidando a cada dia como uma ameaça potencial a recuperação, mas ainda assim, as consequências econômicas provavelmente serão limitadas devido ao progresso nas vacinações, especialmente nos países desenvolvidos. Nos demais países, no entanto, a variante pode representar algum risco de atraso na recuperação, especialmente nas nações cujas taxas de vacinação permanecem mais baixas.
Por aqui, o risco político segue dando as cartas: a chamada prática do orçamento secreto pode ter sido utilizada em ao menos outros três ministérios do governo de Jair Bolsonaro, além do Desenvolvimento Regional. Planilhas, ofícios e até mensagens por WhatsApp obtidos pelo Estadão revelam acertos para o repasse de R$ 261 milhões das emendas de relator-geral, de sigla “RP 9”, pelas pastas da Defesa, da Agricultura e da Justiça.
A movimentação de recursos para garantir apoio político teve foco maior no Desenvolvimento Regional, mas também alcançou o Programa Calha Norte, tocado pelos militares nos extremos da Amazônia.
Os documentos foram enviados pelo governo como resposta a questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU). A Corte julgará nesta quarta-feira, 30, as contas do governo no exercício de 2020.
A área técnica do tribunal considerou que o uso feito pelo governo das emendas de relator-geral do orçamento é incompatível com a Constituição. O artifício foi criado no fim do ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro para obter apoio do Congresso.