Fico indignada quando leio algum comentário de pessoas, familiares, amigos e, às vezes, até de pessoas que não conheciam o morto lamentando nas redes sociais a perda do ente querido (enfatizando, com muita veemência) pela covid-19. Quem morreu de aids, de ataque cardíaco, de avc, de câncer, de acidente de carro ou de qualquer outro tipo de morte que não a covid-19 deve ter morrido porque quis, tipo: bom, então tá, né, chega, cansei, não quero mais ficar aqui!
A perda é dolorida de qualquer forma. Tanto faz se a passagem for repentina ou lentamente. Está aí uma situação que ninguém quer passar, mas não há escapatória. Todo iremos. Hoje, amanhã, na semana que vem… E todos serão pranteados por seus familiares e amigos que ficarão indignados com a injustiça da vida. Estou sendo fria, cruel ou realista? Sei lá, só sei que é uma experiência dolorosa, que por mais que tenhamos passado por ela, sempre, sempre irá nos atingir como um soco no peito, que nos tira o ar, que puxa o chão de nossos pés, que nos faz questionar: é justo?
Não sei quantas gerações já aqui (na Terra) estiveram, mas parece que só agora as autoridades políticas estão começando a levar a sério a saúde da população, modernizando e ampliando os hospitais, ou será que os políticos da última eleição para trás não se consideravam passíveis de adoecerem e morrerem? Ah, esqueci, pimenta nos olhos dos outros é colírio. E mesmo assim, diariamente, lemos que políticos desviaram verbas da saúde para outros fins!
Devemos amadurecer muito nossas escolhas políticas. A simpatia e o partido podem mudar de lugar com bastante rapidez, no entanto seus atos passados indicarão seus atos futuros. Não importa de que partido. É certo que há um perfil, basta analisarmos com calma e sem paixão partidária, os sinais estão aí.
Pensem nisso!
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