As ações asiáticas recuaram nesta terça feira, com os futuros em Wall Street operando muito próximos da estabilidade, enquanto os investidores seguem aguardando por mais pistas sobre se a recuperação econômica em curso aumentará as pressões sobre os preços, colocando em risco a atual política monetária acomodatícia do Federal Reserve, o que poderá ser melhor compreendido na quinta-feira, com a divulgação do índice de preços ao consumidor americano.
As ações do Japão à China reduziram ou reverteram os ganhos. Os futuros dos EUA retribuíram os avanços anteriores, deixando os contratos do S&P 500 inalterados e os do Nasdaq um pouco mais altos. O S&P 500 manteve-se estável perto de sua máxima durante a noite, enquanto um anúncio na farmacêutica Biogen sobre a aprovação de seu medicamento para Alzheimer levantou o índice Nasdaq.
O petróleo opera em queda, perdendo o fôlego depois de atingir o US $ 70 o barril em Nova York pela primeira vez em mais de dois anos. As moedas digitais, incluindo o Bitcoin, recuaram, com o Bloomberg Galaxy Crypto Index caindo até 10%.
As ações globais continuam oscilando em torno de suas máximas históricas e a volatilidade entre ativos diminuiu, sustentada pela reabertura econômica da crise de saúde e pelo apoio do banco central. Mas há preocupações sobre por quanto tempo a calma pode durar, visto que os formuladores de políticas acabarão reduzindo os estímulos à medida que a recuperação econômica aumenta. O relatório do CPI dos EUA de quinta-feira será um dos últimos indicadores econômicos importantes antes da decisão do Fed sobre as taxas no final deste mês.
Por aqui, o governo deve prorrogar o auxílio emergencial por mais dois meses, com isso, a ajuda voltada aos mais vulneráveis durante a pandemia de covid-19 será estendida até setembro, nos mesmos valores de R$ 150 a R$ 375 e com igual alcance em termos de público. Hoje, o auxílio contempla cerca de 39,1 milhões de brasileiros.
Para bancar a prorrogação, a equipe econômica deve abrir um crédito extraordinário de aproximadamente R$ 12 bilhões. O valor vai reforçar os cerca de R$ 7 bilhões que ainda estão disponíveis dentro dos R$ 44 bilhões já destinados ao programa e que não foram usados porque o número de famílias na nova rodada ficou abaixo do inicialmente projetado.
Enquanto isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) desmentiu nesta segunda-feira, 7, o presidente Jair Bolsonaro e afirmou não ter feito relatório apontando que metade das mortes atribuídas à covid-19 no Brasil, em 2020, foi causada por outros fatores que não o vírus. “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por covid’, conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”, diz um trecho da manifestação divulgada pelo tribunal.
De manhã, durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que estava revelando “em primeira mão” o relatório, segundo ele divulgado havia “alguns dias”. “O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, declarou. “Esse relatório saiu há alguns dias. Logicamente que a imprensa não vai divulgar.”