Na noite desta quinta-feira (13), o advogado Fernando Goés cobrou da Brigada Militar a conclusão do inquérito da morte do empresário Esteban Sanchez, morto no início de 2020, durante atuação da Brigada Militar.
De acordo com o advogado do caso, o inquérito está andando de forma lenta. “Tenho me empenhado a dar celeridade no processo porque a portaria de abertura do inquérito é do dia 3 de março de 2020, e no meu entendimento tem muita coisa que precisa ser esclarecida. Porque a portaria começa definindo o crime como homicídio doloso tentado. É um homicídio praticado, consumado e figuram como vítimas os policiais da Brigada Militar e, como suspeito (aparece) Julio Esteban Sanchez Fierro que, no nosso entendimento, é a vítima, pois ele foi baleado pelas costas, infelizmente por integrantes da Brigada Militar”, declarou Fernando Góes.
De acordo com o advogado, no dia do ocorrido policiais estavam presentes no local próximo de uma briga em que Esteban estava envolvido e os mesmos não interviram. “Houve duas brigas, a vítima Julio Estevan foi até a casa dos parentes próximos, pegou um revolver descarregado para intimidar os agressores, que eram quatro, cinco, batendo nele. Ele apanhou muito. Mesmo assim, os agressores não se intimidaram. Ele fugiu do local e dois brigadianos seguiram atrás dele. Então vem um brigadiano passando, com a camiseta do Grêmio, desce do seu carro e descarrega a arma pelas costas de Esteban. O atirador não está ainda identificado, nós esperamos que a autoridade policial na próxima semana, indique quem realmente atirou”, declarou Fernando Góes.
Segundo o comandante do 2º RPMon, major Silveira, após o acontecimento, a Brigada Militar adotou todas as medidas que o caso exigia. “Foi instaurado inquérito policial militar, foram adotadas as medidas de perícia, incluindo o local, as armas foram periciadas, foi citada a questão de identificação de pessoas, todos os participantes da ocorrência foram identificados. A Brigada Militar tem a identificação dos policiais militares que estavam atendendo a ocorrência, assim como daqueles que se colocaram em serviço para o atendimento da ocorrência”.
Segundo o comandante, a Brigada Militar, a investigação feita pela BM foi remetida à justiça militar estadual a quem compete o primeiro julgamento. Caso haja o entendimento, o caso pode ser levado ao tribunal do júri, na justiça comum. “O inquérito policial miliar, apura a conduta dos policiais militares que estavam em serviço, ou daqueles policiais militares que se colocaram em serviço. Por força de lei compete a polícia militar exercer a questão de polícia judiciaria militar, em paralelo também existe um inquérito da polícia civil que apura a questão da conduta do civil, e nós tivemos civis envolvidos na ocorrência. São dois inquéritos em andamento. A Brigada Militar adotou as medidas e preza sempre pela legitimidade, agindo dentro da lei”, destacou Major Silveira.
RELEMBRE O CASO
Em março de 2020, Julio Esteban Sanchez Fierro, de 25 anos, esteve envolvido em uma briga na rua Thomaz Albornoz, próximo a avenida João Goulart. Após a briga, houve a ação da Brigada Militar e Julio Esteban acabou sendo atingido com disparos nas costas.