A semana iniciou com grande debate após o anúncio de que os Fiscais do Comércio da Secretaria Municipal da Fazenda tinham sido imunizados contra a Covid-19. Um setor que se manifestou cobrando providências do Executivo foi o da segurança pública, que, ao exemplo dos fiscais, também participa ativamente do combate às aglomerações e demais irregularidades que possam contribuir para a disseminação do vírus.
André Pereira, presidente da Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar e Bombeiros Militares do RS (ASSTBM) em Sant’Ana do Livramento justificou o pedido fazendo referência aos serviços prestados pelos policiais. “Desde o início dessa pandemia, no ano passado, não temos direito a trabalhar por via da internet. Nosso trabalho é diretamente em contato com as pessoas e isso aí nos propõe um risco altíssimo”, observou.
O presidente ponderou sobre a situação sanitária vivida no Estado e relatou a crise no sistema de saúde das forças. “Os HBM’s (Hospitais da Brigada Militar) estão lotados. […] Desde que iniciou a pandemia nós viemos em uma luta diária. Foi uma luta para conseguir EPI’s e hoje nós estamos aí e não enxergamos com bons olhos a nossa não inclusão, porque nosso serviço ocorre diuturnamente em contato com pessoas onde provavelmente muitas poderão estar contaminadas e a gente não sabe”.
Ainda sobre a inclusão dos profissionais nos grupos prioritários de vacinação, o presidente da ASSTBM afirmou que o pedido também representa uma valorização do trabalho realizado. “A nossa briga por nos incluir não quer dizer que nós queremos ser diferentes, nós queremos ser valorizados pelos serviços que estamos executando. Se aqui no município se pode incluir os fiscais da Fazenda, que estão junto com a Defesa Civil fazendo o monitoramento das medidas de distanciamento, nós não poderíamos ter sido deixados de fora porque nós estamos junto com esses órgãos dando a sua proteção na questão da segurança”.
Pereira ainda completou. “Em muitas vezes a Brigada não só acompanha, mas também entra primeiro nessas ações”. A discussão continua e as entidades que representam a classe já estão buscando a inclusão através de articulações a nível federal. “É um pedido que a gente faz para poder seguir trabalhando tranquilo e conseguir com que a população fique mais tranquila porque, a partir da vacinação, a gente vai conseguir baixar o nosso índice de contaminação natural”, pontuou o presidente da ASSTBM.