Desde o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite no início deste mês, que colocou todo Rio Grande do Sul em bandeira preta, sem a consulta aos municípios com o fim da cogestão, todo o estado está sob o mesmo regramento e respeitando os mesmos decretos. Segundo o próprio governador, a retomada da cogestão com as prefeituras deve acontecer no dia 22 deste mês, desde que as prefeituras adotem restrições mais rígidas em caso de bandeira vermelha.
Com a vigência da bandeira preta, o comércio em geral precisou se adaptar, uma vez que somente os serviços essenciais estão autorizados e ainda assim com restrições. Como é o caso dos supermercados onde produtos de bazar, entre outros, estão proibidos de serem comercializados. No município, os representantes do setor esperam um impacto mínimo, pois a grande maioria dos supermercados trabalha somente com produtos alimentícios.
Quem precisar ir ao supermercado vai notar algumas seções fechadas com fitas onde estão estes produtos, e recomenda-se que apenas uma pessoa por família realize as compras neste período para diminuir a circulação de pessoas no interior dos estabelecimentos.
Para o empresário Antônio Righi, que faz parte da diretoria da Associação Gaúcha de Supermercados, o momento exige cautela e compreensão das pessoas por conta do risco à saúde.” – Nós estamos cumprindo as exigências e acreditamos que isso deve ser feito, para que não haja uma concorrência com o comércio que acabou fechando. Então, nas nossas lojas todos esses produtos não essenciais, principalmente de bazar, estão isolados nas prateleiras. Nós sabemos da importância que é manter todos os protocolos de higienização e é o que nós estamos fazendo para preservar a vida dos nossos colaboradores e dos clientes”, diz Antônio Righi.
Representando a empresa que mais emprega no município tendo, hoje, 860 funcionários só em Livramento, o empresário diz que é fundamental uma gestão de responsabilidade quando se envolve tantas vidas assim. “Em todas as nossas lojas não temos nenhum surto. Naqueles casos quando o colaborador apresenta algum sintoma, ele é afastado e nós já encaminhamos ele para o exame. Caso o diagnóstico seja positivo, o colaborador é afastado pelo período de 15 dias, como manda o protocolo”.
Sobre a suba em alguns produtos da cesta básica, o empresário comenta que isso impactou diretamente no bolso do santanense, além do fim do auxílio emergencial que diminuiu o poder de compra. “Nós tivemos, há pouco tempo, um aumento de alguns commodities como o arroz, o milho, o feijão, a soja. Hoje, o preço já está mais estabilizado e esperamos que continue por conta do início da colheita no país. Mas o que acontece, e é uma grande realidade, é que diminuiu muito o poder de compra da população em geral. Onde a grande maioria dos nossos clientes está comprando os produtos da cesta básica que são mais necessários para o seu dia a dia. Nós temos que ficar atentos a uma possível suba do preço do óleo de soja, novamente, pois toda a nossa safra foi comprada pela China e isso pode ter algum reflexo para nós. No arroz, nós somos o maior produtor do país e temos uma grande safra, além de sermos um grande exportador, a gente está encontrando um preço mais acessível. O açúcar também é um commodity muito importante e começa a safra em abril, o que deve desestabilizar o preço. Já o feijão teve uma suba pela quebra muito acentuada da safra “, encerra Antônio. Segundo o empresário, atualmente, a cesta básica está no valor de R$ 79,00 reais.


Variedades Digital | 05 e 06.04.25
VARIEDADES 05 E 06 DE ABRIL 2025