Empreendendo na Pandemia

Que Sant’Ana do Livramento é uma referência na criação de agroindústrias todo mundo já sabe. Com mais de 60 empresas familiares cadastradas no Serviço de Inspeção Municipal (SIM), o município se destaca na produção de charque, queijo, linguiças, mel, carne de cordeiro, produção de ovos, produtos lácteos entre outros. Essas pequenas empresas familiares geram inúmeros empregos diretos e indiretos responsáveis por movimentar a economia local.
E o melhor de tudo, é que ainda existe espaço para a criação de novas empresas e novos produtos. A pandemia está aí, ela veio para trazer várias lições. Enquanto uns perderam seus empregos e empresas fecharam as suas portas, outros utilizaram esse período para expandir seus negócios e/ou colocaram em prática as suas ideias. Como é o caso da tecnóloga em agroindústrias Franceli Risso Bardosa, que com apoio incondicional de seus familiares resolveu empreender e colocar a sua agroindústria em funcionamento. Formada pela UERGS, em Livramento, e atuando como responsável técnica de várias empresas ela conta que viu na área uma oportunidade de ter o seu próprio negócio.
Foi assim que nasceu “A Charcutaria”, empresa santanense registrada e certificada no Serviço de Inspeção Municipal para a produção de embutidos defumados. Segundo Franceli, num primeiro momento a ideia seria colocar uma empresa para produção de queijos, pois a sua família é de pequenos produtores rurais. Após muita pesquisa de mercado, ela e o esposo resolveram então apostar em um novo produto que ainda não existia em Livramento, que são os produtos defumados à base de carne suína.
A palavra charcutaria tem sua origem na palavra francesa charcuterie, que nada mais é que a junção das palavras chair (carne) e cuit (cozida), que usa um conjunto de técnicas para prolongar a vida útil das carnes. Frequente e erroneamente, a charcutaria é ligada apenas à produção de linguiças e/ou exclusivamente ao trato da carne de porco sendo, no entanto, a arte e os processos de preparar produtos como afiambrados, defumados, salgados, patês, etc., além de toda sorte de embutidos, salsicharia entre outros.
Segundo a empresária, o investimento com a compra do maquinário, construção do prédio no pátio da casa da família e demais custeios foi em torno de 80 mil reais. “Como a parte técnica’ eu já sabia, tivemos esses outros custos. Não seria possível realizar esse sonho sem o apoio da família, do esposo e dos amigos. Agradeço também aos funcionários do SIM pelo incentivo de sempre”, disse. A produção, que iniciou nesta primeira semana de fevereiro, será comercializada em pequenos estabelecimentos, mercados e lojas especializadas. “Peço à população que consuma os produtos santanenses, vamos ser bairristas! Valorizar as nossas empresas porque assim a gente estará ajudando a nossa cidade a se desenvolver ainda mais”, conclui a empresária.