Não é de hoje que as condições de trafegabilidade das estradas rurais são abordadas com ressalvas. Produtores que dizem ter sua produção prejudicada pela falta de escoamento, enquanto o poder público diz faltar maquinário e recursos para manter a via rural em melhores condições. Faltando poucos dias para mais uma eleição municipal, os eleitores terão a oportunidade de escolher qual das propostas apresentadas pelos candidatos à vereança ou à majoritária terão a missão de, nos próximos 4 anos, trabalharem para resolver este e outros problemas do meio rural.
Os próximos representantes do povo santanense que serão eleitos no dia 15 de novembro terão a missão de trabalhar justamente no período em que o município irá completar 200 anos de fundação, em 2023, com o desafio de fazer o município retomar o seu crescimento e ocupar seu papel de destaque em nível estadual e nacional.
Dentro deste quadro, o setor agropecuário é a principal mola propulsora que juntamente com o turismo e o setor do comércio podem alavancar este desenvolvimento. E isto passa diretamente pelo estado de conservação das estradas rurais. Uma das regiões que tem um potencial de desenvolvimento de turismo rural é a região do Cerro do Chapéu e Cerro dos Trindade, sendo que do lado uruguaio estão localizadas as vinícolas Bodega Carrau e Vinícola 636.
Nos campos verdes da região da linha da fronteira entre o Brasil e Uruguai, também está encravada a Fazenda Ponderosa que há muitas gerações contribui para o desenvolvimento da pecuária sulina. Bem aos pés do Cerro dos Trindades fica localizado o Tambo La Ponderosa, pertencente à família Ísola, que desde 2006 vem se dedicando à produção leiteira. Segundo o proprietário, Pedro Ísola, hoje a propriedade produz cerca de mil litros de leite por dia, mas nem sempre foi assim. Com um plantel na sua totalidade de vacas da Raça Holandesa pretas e brancas e vermelhas e brancas, a fazenda faz parte da Associação de Gado Leiteiro (Gadolando), é a primeira propriedade santanense certificada como livre de Brucelose e Tuberculose.
Pedro Ísola destaca que as condições de trafegabilidade das vias prejudicam muito a produção que precisa ser recolhida a cada dois dias por uma empresa de fora do município. “Entre os principais problemas, sem dúvida, são as estradas. Porque se a gente não tiver como escoar o produto, não adianta nada a gente madrugar como faz parte da nossa rotina. Se o leite não tiver a 4º graus, o caminhão não leva e é a maior dificuldade para eles porque saem daqui e levam até Cruz Alta esse produto. Com a criação da Coperforte e o surgimento de novos produtores, essa estrada recebeu uma maior atenção. Mas ainda assim é preciso melhorar”, disse.
O Jornal A Plateia contatou a secretária de Agricultura, Taís Gonçalves. Ela informou que as equipes e maquinários da Prefeitura têm atuado constantemente na recuperação daquele trecho. “Há 14 dias, estamos recuperando a estrada da Coxilha Santo Inácio em direção ao Marco do Itaquatiá. Nesta semana, o trabalho de recuperação continuará do Marco do Itaquatiá até a subprefeitura do Upamaroty. Após a conclusão, a recuperação se dará do Marco do Itaquatiá em direção à cidade, abrangendo as estradas que passam pelo Cerro do Chapéu e da Trindade. Considerando que se trata de uma região de areias, sua recuperação com equipe completa é viabilizada em climas secos, como o verão. Por outro lado, durante o inverno é realizada a recuperação de pontos críticos com trator com lâmina. Ainda, pelas características da região, há necessidade de que todo o material (balastro) seja carregado de alguma jazida licenciada da cidade. Destaco que, em julho deste ano, foi realizada a recuperação da estrada nos trechos da COBEC até o Assentamento Roseli Nunes, o qual teve sua estrada recuperada no verão de 2019, bem como, a estrada do Cerro da Trindade” disse.
