Por: Gilberto Jasper
Jornalista / [email protected]
Começa nesta sexta-feira (9/10) – e vai até 12 de novembro – a propaganda eleitoral de rádio e televisão. O nível tem sido muito baixo nos últimos pleitos, o mesmo ocorrendo fora da campanha eleitoral, principalmente nas redes sociais.
A inédita pandemia poderia (e deveria) ser motivo para sensibilizar os envolvidos na disputa de 15 de novembro. No pico da crise sanitária proliferaram mensagens de paz, harmonia e de empatia. Mas os indícios eleitorais indicam a direção oposta da gentileza, da boa educação.
Enquanto os candidatos estão em estúdios para gravar participações nos meios de comunicação eletrônicos muitos colabores disparam ofensas e baixarias via redes sociais. Elas não aumentaram o número de idiotas, mas deram a eles vez, voz e espaço para ecoar calúnias e difamações em doses cavalares.
O eleitor deve ficar atento à desculpa de que o candidato não pode controlar todos os simpatizantes que atacam os adversários. E muitas vezes até parceiros, através do consagrado “fogo amigo”. É preciso impor controles para evitar a massificação de ataques de cunho pessoal que envergonham o processo eleitoral.
O pretendente a cargo eletivo incapaz de controlar sua tropa de choque não merece o voto, procuração do eleitor concedida na urna eletrônica. Há muitos anos digo que o cidadão, além de votar, deve acompanhar a trajetória do candidato eleito. A tecnologia permite esta fiscalização que deve ser exercida. Muita gente sequer recorda o voto dado no último pleito, o que é lamentável. Mas é compreensível em um país onde o voto é obrigatório e em que os políticos muitas vezes dão razão à parte da mídia que só critica a atividade pública.
Observar os conteúdos que circulam nas redes sociais é apenas uma das armas que possuímos para conhecer os candidatos. Há outras que devem ser empregadas para não sermos enganados. Mas isso exige que tenhamos interesse em aperfeiçoar o processo democrático.