Nesta terça-feira (1°), o Governo do Estado publicou o cronograma para a retomada das aulas presenciais no Rio Grande do Sul. Com data inicial já no mês de setembro, o retorno ocorrerá em etapas e deve ser concluído até novembro. De acordo com o planejamento, a Educação Infantil será a primeira a retornar, em 8 de setembro, seguida pelo Ensino Médio e do Ensino Superior, no dia 21, e os anos finais do Ensino Fundamental, em 28 de outubro. Já os anos iniciais devem retornar em 12 de novembro.
Vale destacar que, embora o cronograma tenha sido divulgado, cabe a cada município decidir sobre a retomada ou não das atividades. Tendo isso em mente, na manhã de quinta-feira (3), um grupo de representantes do Cpers-Sindicato esteve reunido com o Prefeito de Sant’Ana do Livramento para manifestar sua posição a respeito do retorno das aulas nas instituições estaduais do município. “Nós tivemos uma reunião do conselho geral do Cpers sexta-feira, onde ficou definido que nós não retornaremos às aulas se não houver segurança”, afirmou Adriana de Leon, Diretora do Cpers em Livramento.
De acordo com a Diretora, o Cpers acredita que, além do cumprimento de todos os protocolos sanitários, para que haja um ambiente seguro, primeiro deve haver uma campanha de vacinação contra o Coronavírus. “Principalmente dos professores, funcionários e dos estudantes que estarão comparecendo às escolas, porque esses estudantes são vetores de transmissão do vírus e muitos deles moram com avós, com pessoas do grupo de risco em suas casas”, explicou. Como resultado do encontro com o Prefeito, o Cpers recebeu a garantia de que Livramento não terá o retorno das aulas na rede estadual, pelo menos por enquanto.
“Tivemos aqui o compromisso do Governo Municipal do não retorno às aulas neste momento em que o Governo (do Estado) joga, mais uma vez, a responsabilidade para os municípios”, pontuou Adriana.
A liderança do Cpers em Livramento também opinou sobre o quanto a instabilidade causada pela pandemia no Estado pode influenciar na qualidade da educação. “Sabemos que, para haver um retorno às aulas, os municípios têm que estar, pelo menos, há duas semanas na bandeira laranja ou amarela, e nós vemos uma oscilação dessas bandeiras toda a semana no Estado. […] Então como é que se dá um processo de retorno às aulas, de educação, dessa forma?”. Uma alternativa sugerida foi a do ensino híbrido, mas os educadores não acreditam que seja a mais efetiva. “O Governo (do Estado) não responde como serão ministradas essas aulas, porque se o professor está em sala de aula, como ele vai atender o outro aluno que está em casa online?”, questionou a Diretora.
Adriana encerrou a sua fala apontando a falta de estrutura para um eventual retorno das atividades, além de destacar o número de servidores que integram o grupo de risco. “Não temos as mínimas condições de retornar agora, de que seja feita uma higienização adequada nas escolas, porque não temos funcionários. […] São salas de aulas aglomeradas, cheias de alunos, falta de funcionários nas escolas para fazer o mínimo que seja da limpeza. Então, se já havia uma falta de funcionários antes, agora há mais um déficit dos colegas que são do grupo de risco, quem vai fazer a higienização da escola?”, acrescentou.