Após ter cedido com a força de uma enxurrada durante uma tempestade em 2019, uma ponte na rua Barão do Ibirapuitã, no bairro São Paulo, permanece há quase um ano interditada e, consequentemente, bloqueando o trânsito. Além de cavaletes sinalizando a interdição, algumas barreiras de entulhos foram posicionadas para evitar que automóveis fizessem a travessia.
Outro ponto destacado por moradores é de que o córrego que passa ao lado de algumas residências está contribuindo para o assoreamento do terreno e causando rachaduras nas casas das proximidades. Uma delas é a de Paulo Barreto, que relata que já perdeu as esperanças quanto à manutenção do local. “Faz mais ou menos um ano que a gente vive com essa situação aqui na frente de casa. O pessoal da Prefeitura vem aqui e olha, como se fosse um telão, trazem um monte de gente, mas não resolvem nada. O problema é que a cada chuvarada, com esse problema, a água sobe e entra na minha casa”, relatou Barreto ao mostrar o nível em que a água já chegou em sua casa.
O bloqueio, dentre todos esses fatores, obriga as pessoas que vivem próximo à ponte a aumentarem o trajeto para chegarem ou saírem de suas casas. Outro transtorno que surge como consequência da falta de manutenção no trecho foi a mudança da rota de um ônibus da linha Povinho, que passava justamente pelo ponto onde a ponte cedeu. Desde então, quem precisa acessar o centro e utiliza o ônibus para fazê-lo, precisa caminhar alguns quarteirões a mais para chegar no ponto.
O secretário Municipal de Obras (SMO), Airton Flores, diz já ter conhecimento da situação da ponte. “Foi solicitado via Defesa Civil. Então tem recurso da Defesa Civil, que estão já no município para a recuperação da ponte, porém, precisa de projeto, né? (Sic) Tem que se fazer o projeto de engenharia para a ponte. […] Mas foi tudo engavetado na época da Mari Machado (PSB), parou tudo. Essa ponte já era para estar de pé já”, afirma.
O secretário diz ainda que a aprovação do projeto deve sair até semana que vem, para que só então tenha início o processo de licitação da obra. Ainda em sua fala, Flores diz que o recurso já está disponível desde o final do ano passado, mas, com o afastamento de Ico Charopen (PDT), o andamento do conserto foi engavetado por motivos políticos. O recurso destinado para a realização do projeto é de mais de R$ 300 mil, segundo Flores e a estimativa de liberação do espaço é de cerca de dois meses após o início da obra.
CONTRAPONTO
Procurada pela Reportagem, a vice-prefeita Mari Machado se manifestou sobre as alegações através de uma nota. “O recurso foi empenhado pela Defesa Civil Nacional, mas não foi encaminhado para o município porque isso só ocorre quando apresentados os documentos referentes ao processo licitatório. Portanto, não está na conta da Defesa Civil de Livramento. Ao contrário do que foi afirmado, nós encaminhamos o pedido de crédito especial para a Câmara de Vereadores, que o aprovou e iniciamos a revisão dos projetos, eis que o recurso inicialmente solicitado não foi aprovado em Brasília e o valor aprovado foi menor, R$ 302 mil reais, portanto teve que haver readequação de projeto e de orçamento. O prazo para entrega de tais documentos para abrir licitação e encaminhar para Brasília era 12 de junho. Tudo foi informado ao atual governo através do Memorando Número 28/2020/Defesa Civil/Gabinete do Prefeito, em 3 de junho de 2020”.