Na manhã desta segunda-feira (27) o trânsito foi parcialmente interrompido na BR-158 próximo à fronteira com o Uruguai no acesso ao Porto Seco de Sant’Ana do Livramento. Um grupo de caminhoneiros ocupou a pista no sentido Uruguai – Brasil em forma de protesto contra as medidas adotadas pelo Executivo uruguaio no começo do mês, as quais, entre outras coisas, previam a obrigatoriedade da realização de um exame para COVID-19 por todos os profissionais do transporte que desejam ingressar ao país.
Com o resultado sendo válido por apenas 72 horas e sob um custo de US$ 100,00, aproximadamente R$ 600,00, os caminhoneiros reclamam que a exigência oneraria demasiadamente a classe, principalmente os autônomos. Em um primeiro momento o governo uruguaio chegou a oferecer a realização de alguns testes de forma gratuita, mas a ação foi interrompida neste domingo (26), o que significa que, a partir de hoje, cada motorista teria que arcar com essa despesa.
Dentro da mesma seara, o governo uruguaio também exige, além dos testes, a apresentação de um seguro de saúde por parte dos caminhoneiros, válido por cinco dias e avaliado em cerca de R$ 100,00, e também a utilização de rastreadores nos caminhões porque, desta forma, os caminhoneiros seriam testados e autorizados a ingressar no país antes mesmo de saber o resultado de seu exame. Caso testassem positivo, seriam localizados através dos rastreadores.
De acordo com Angelo Mello, proprietário de uma empresa de transportes internacionais, essas exigências inviabilizam o exercício da profissão. “É um custo a mais que a gente vai ter no nosso transporte internacional. São essas coisas que prejudicam. São decisões tomadas a nível de governo do Uruguai, de forma independente, sem consultar os trasportadores, a categoria, o Brasil, são medidas unilaterais que prejudicam toda uma questão comercial e uma questão de Mercosul também”, opina.
Ainda sobre o tema, o empresário falou sobre os custos. “Só na questão dos testes são R$ 500,00, mais a questão do seguro saúde, que está na faixa de R$ 100,00 e a questão dos rastreadores que é um custo altíssimo. Um rastreador em um caminhão custa R$ 12 mil”, calcula.
O protesto, que reuniu algumas dezenas de profissionais, ocorre de foma pacífica e conta com diversos caminhões parados no acostamento exibindo faixas e cartazes contra as medidas. Abaixo você confere algumas fotos do local:
Fotos: Cleizer Maciel/AP