A medida foi adotada pela falta de anestésicos em estoque
Há alguns dias a Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento decidiu suspender a realização de cirurgias eletivas, ou seja, aquelas que não necessitam ser feitas em caráter de urgência. A medida foi adotada após as secretarias de saúde de diversas regiões do Estado encontrarem uma enorme dificuldade em adquirir medicamentos sedativos e anestésicos que, quando encontrados, eram ofertados com valores acima dos habituais.
O problema não ocorre apenas no Rio Grande do Sul, a escassez dessas substâncias é um problema também de outros estados. Tanto que a União comunicou que, desde o início de junho, estuda alternativas para sanar o problema de uma forma que não seja tão onerosa aos estados. Uma das alternativas propostas foi a de importar os medicamentos, entretanto, caso seja essa a saída, o Ministério da Saúde alerta que a entrega não deve ser imediata.
De acordo com o Secretário Municipal de Saúde de Livramento, Eder Fialho, durante a reunião realizada entre o Governo do Estado e o governo do Uruguai para tratar sobre o acordo de cooperação binacional, foi levantada a questão sobre a possibilidade de o município importar medicamentos do país vizinho, mas de acordo com o responsável pela pasta, o martelo ainda não foi batido.
Fialho ressalta que o acordo foi firmado para tratar, inicialmente, do controle e combate à pandemia do novo Coronavírus (COVID-19), mas que a possibilidade de que os 15 leitos disponibilizados pelo governo uruguaio sejam utilizados para a realização desses procedimentos não está descartada. “É uma saída. Espero eu não ter que usar essa medida, mas é uma carta na manga”, observa.
O responsável pela pasta da saúde informou ainda que a Santa Casa ainda possui cerca de 50 ampolas dos medicamentos, que já foram separadas para serem utilizadas apenas em situação de urgência e emergência. O número do estoque pode até sugerir uma situação confortável, mas frente a incerteza quanto à reposição, o cenário é preocupante. Perguntado sobre o que aconteceria caso todas as doses fossem utilizadas em eventuais urgências, Fialho foi enfático: “(Seria um) caos total”.
Murilo Alves
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