Free Shops e hotéis se preparam para feriado prolongado
No âmbito nacional, desde o começo do mês de março o Brasil enfrenta uma pandemia do novo Coronavírus (COVID-19) e como consequência, sofre com a alta da moeda americana. Mas desde o início desta semana o preço do dólar tem apresentado queda como um reflexo da retomada gradual das atividades no exterior.
Entretanto, nesses últimos dias, a moeda chegou a ser cotada a R$ 4,81, em sua menor cotação desde o dia 13 de março. Esse valor representou queda de 2,79 %, cifra que ainda não chega nem perto do prejuízo provocado pela suba de 21,05% desde o começo do ano. Mesmo assim, alguns setores viram com bons olhos essa queda.
Em Sant’Ana do Livramento, cidade onde uma significativa parte da economia provém do turismo, dada a proximidade com a cidade uruguaia de Rivera, a queda do dólar foi vista com olhos de esperança por alguns empresários. A combinação entre os dois municípios tem dado resultados bastante positivos ao longo dos anos, isso porque os turistas, geralmente brasileiros, hospedam-se nos hotéis santanenses e fazem suas compras nos free shops uruguaios.
Na rede hoteleira, mesmo com a baixa da moeda, o movimento de turistas não é nem próximo do satisfatório, como explica o Diretor do Hotel Verde Plaza, um dos principais da cidade. “Ainda não tem perspectiva (de melhora) por esses fatores, têm os decretos ainda, tanto o federal que foi prorrogado e o municipal também. Há a procura por grupos sim, para julho e agosto, mas nenhum está fechando”, comenta.
O empresário diz entender o momento difícil que o país atravessa e, desta forma, diz que nos próximos dias deve conversar com as autoridades do município de modo a apresentar sugestões que possam oferecer um ambiente seguro para colaboradores e turistas que procuram Livramento para o turismo. “Tenho uma reunião com o prefeito e vou propor para que a gente tenha o controle de cada ônibus com um enfermeiro, contratado pela nossa empresa, para medir a temperatura de cada passageiro e vou propor algumas ideias pra ele, para flexibilizar um pouco”, explica.
Do lado uruguaio, a situação também é observada com bastante cautela por parte dos comerciantes, como explica o responsável pelo marketing do Barão Free Shop, Fabrício Rodrigues. “É lógico que a gente espera que o pessoal venha mais, em função de que o dólar baixou um pouquinho e que muitas regiões estão flexibilizando também. Embora também tenha a restrição de acesso para os ônibus, que ajudavam bastante nas vendas”, observa.
Ainda sobre o tema, Rodrigues diz entender que ainda não é o momento de liberar a entrada de grandes grupos, isso porque geraria um maior fluxo de pessoas na fronteira, mas ainda assim, os próximos meses podem ser positivos. “Os meses de junho e julho sempre foram meses de vendas boas, em função das férias (escolares) […] sempre tem movimento significativo. A pesar de o dólar estar nessa situação, os valores dos nossos produtos, comparados ao mercado brasileiro, têm diferença considerável”, observa.
O resultado da baixa da moeda estrangeira foi visto ao longo da última quinta-feira, dia 11, feriado de Corpus Christi, onde centenas de turistas lotaram as principais ruas de Rivera em busca de diversos produtos importados nos free shops. Com o dólar sendo cotado abaixo de R$ 5,00, os itens mais procurados pelos turistas são tênis, vinhos, cobertores e eletrônicos. A expectativa é de que o movimento se mantenha até o domingo.
Murilo Alves
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