“As pessoas estão querendo melhorar de vida e morar melhor” diz empresário
Nos dias que estamos vivendo, talvez você ainda não tenha se perguntado, existe um lado bom nessa crise? Que 2020 vai ficar marcado na história da humanidade, ah isso ninguém tem dúvida. Mas isso pode representar um novo momento para todos nós que fomos obrigados a ficar em casa, presos em isolamento social. Talvez o lado bom disso tudo seja justamente isso, para que a gente aprenda que o mais importante do que ter um lugar para comer e dormir é construir um lar.
E um dos setores que mais entende desta questão é o imobiliário, que assim como todos os outros da economia vem enfrentando a crise com dificuldade, mas sem perder o otimismo. Não precisa caminhar muito pelas ruas do município para ver dezenas de residências com placas de aluga-se ou vende-se, são muitas as ofertas, desde as mais simples até as mais luxuosas. Todas a espera de se tornar um lar.
A reportagem do Jornal A Plateia conversou com dois empresários do ramo, com visões distintas, mas com uma única certeza: vamos vencer essa crise. Para Ricardo Perurena, da Imobiliária Perurena Imóveis, hoje, as pessoas estão a procura justamente de um lar e assim buscando investir em uma boa moradia que leve conforto para a família. “Apesar do momento de pandemia, de modo geral ser ruim para todas as pessoas, onde muitas delas estão com sérias dificuldades, minha análise particular é que o mercado imobiliário está muito mais ativado, ele não só preservou o potencial que já tinha no momento antes da pandemia como tem despertado agora para novos negócios. Neste sentido, as pessoas pararam de utilizar as suas casas como meros dormitórios, antes nós ficávamos muitas horas nas nossas empresas e poucas horas na nossa casa. A pandemia nos fez ficar muito em casa e pouco no trabalho, e neste sentido as pessoas começaram a olhar para o lugar onde elas moram e sentir vontade de ter melhores condições de moradia. Com vontade de melhorar o seu lar, com reformas, decorações, para dar um aconchego melhor para as famílias” destaca.
Essa mudança de mentalidade, imposta pela crise, possibilitou um crescimento e uma valorização do setor imobiliário, destaca o empresário. Do mais humilde ao com maior poder aquisitivo, as casas de todos os valores continuam sendo vendidas, desde as de menores preços até as mais caras. Todo mundo está pensando em melhorar a sua vida e isso é muito bom para nós e nos deixa muito felizes. No caso dos alugueis também. “Tivemos, sim, um momento de crise da parte de quem depende do comércio para viver. Essa pessoa, que realmente ficou sem abrir o seu comércio, ficou prejudicada. Por outro lado, nós começamos a perceber uma retomada dos negócios”.
Com mais de 40 anos de atuação no mercado imobiliário, Horácio Devitta, proprietário da Imobiliária Makrolar, vê o momento como sendo incerto onde é preciso dar um passo de cada vez. Segundo ele, desde o início da pandemia muitas empresas acabaram fechando e entregando seus imóveis e isso causou uma retração. O momento é difícil para todo mundo. Têm pessoas que perderam seus empregos. Outras empresas fecharam as portas e entregaram as chaves dos imóveis que alugavam. Essa é uma situação do comércio em geral, então “nós também somos afetados. Logicamente que a gente entende a situação” e desde março estão dando desconto nas locações comerciais como forma de incentivar as empresas. E continua: “O que dizem os comerciantes é que não adianta ficar com as lojas abertas se o faturamento caiu. Com a fronteira praticamente fechada, os restaurantes, hotéis e comércio vem sentindo a retração. Na questão das vendas por exemplo nós estamos com dificuldades, pois as pessoas podem até ter um valor para investir, mas por conta das incertezas de mercado elas acabam recuando”.
Segundo o empresário, em seus 40 anos de atuação, ele nunca viu uma crise igual a causada pela pandemia do coronavírus. Mas, que apesar das incertezas é necessário continuar acreditando em dias melhores com a criação de novos negócios e com a consolidação dos já existentes. “A gente tem que esperar que essa crise passe logo e a nossa vida volte ao normal, mas o momento continua sendo incerteza” disse.
Matias Moura
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