A data foi comemorada em solenidade no pátio do quartel, nessa semna
Com o objetivo de comemorar o dia da Artilharia, data do nascimento do seu ilustre patrono, o Marechal Emílio Luis Mallet – Barão de Itapevi, a 2ª Bateria de Artilharia Antiaérea (2ª Bia A AAe) realizou, na manhã de quarta-feira (06), uma solenidade cívico-militar no pátio do quartel. O evento contou com a presença de autoridades locais, da região e público em geral.
Durante o evento, assim como em outros anos, artilheiros da reserva foram convidados pelo comandante para marchar em frente à tropa. A formatura encerrou com a apresentação da tropa ao comandante e uma demonstração de do funcionamento da artilharia antiaérea em uma defesa.
Para o comandante do regimento, Major Lobo Vianna, a formatura é a forma de cultuar as tradições e lembrar da participação do Exército Brasileiro em guerras que a artilharia esteve presente. “Foi declamado o Poema SE, que é uma tradição. Todas as unidades de artilharia fizeram, no dia da sua formatura, a declamação desse poema. Além disso, a gente fez a demonstração do funcionamento da artilharia antiaérea, fazendo a defesa de um ponto sensível”, explicou o comandante.
Para o ex-comandante da 2ª Bia A AAe, Eurico Brandão, é um orgulho comemorar o Dia de Artilharia. “Para nós, que abraçamos uma arma desde os bancos escolares na Academia Militar das Agulhas Negras, é um orgulho conviver com velhos companheiros e homenagear o nosso patrono, Luis Mallet. Famoso pela sua cidadania brasileira e que angariou tudo que foi possível aqui no Brasil e os méritos que esse francês tinha…”, lembrou. E complementou: “eu fico muito feliz de estar aqui, sempre procuro estar no quartel neste dia, do nosso Patrono”, finalizou.
Quem foi o Patrono da Arma de Artilharia
Emílio Luís Mallet nasceu a 10 de junho de 1801, em Dunquerque, França. Veio para o Brasil em 1818, fixando-se no Rio de Janeiro. Alistou-se a 13 de novembro de 1822, assentando praça como 1º Cadete. Iniciou, assim, uma vida militar dedicada inteiramente ao Exército e ao Brasil. Em 1823 matriculou-se na Academia Militar do Império e foi-lhe dado acesso ao de Curso de Artilharia, ainda jurou a Constituição do Império, adquirindo nacionalidade brasileira.
Comandou a 1ª Bateria do 1º Corpo de Artilharia Montada quando seguiu para a Campanha Cisplatina. Recebeu seu batismo de fogo e assumiu o comando de quatro baterias. Revelou-se soldado de sangue frio, valente, astuto. Fez-se respeitado por sua tropa, pelos aliados e pelos inimigos.
Combateu ainda na Guerra dos Farrapos, como comandante de uma bateria a cavalo; e como comandante do 1º Regimento de Artilharia a Cavalo, em operações na Campanha do Uruguai e na Campanha da Tríplice Aliança. A artilharia de Mallet, em Passo da Pátria, Lomas Valentinas, Peribebuí, Itororó, Avaí, Campo Grande, Tuiuti e no cerco à fortaleza de Humaitá, fez o inimigo sentir o valor do soldado brasileiro.
Na Campanha das Cordilheiras, fase final da Guerra da Tríplice Aliança, foi Mallet o comandante-chefe do Comando Geral de Artilharia do Exército. Finda a campanha, já tendo ascendido ao posto de Brigadeiro, retornou ao Rio Grande do Sul. A 18 de janeiro de 1879 foi promovido a Marechal-de-Campo e a 11 de outubro de 1884 a tenente-general. Recebeu, ainda, a 28 de dezembro de 1878, o título de Barão de Itapevi.
Paradigma de chefe idôneo, espírito reto e ordeiro, caráter impoluto e dinâmico, Mallet tornou-se o Patrono da Arma dos tiros densos, longos e profundos.
Por: Rodrigo Evaldt – [email protected]