Para celebrar o dia dos namorados, A Plateia reuniu quatro lindas histórias de amor
O time vitorioso é o do amor
Abrilino Machado Martins (93 anos) é casado há 65 anos com Lourdes Pereira Martins (85 anos). Quando eles se casaram ela tinha 19 e ele 27 anos e os dois se conheceram na região do Ipamaroti, na campanha gaúcha. Por ordem do destino, Lourdes não conseguiu fazer o curso para professora, muito embora tivesse excelentes notas e fosse ótima aluna, assim, na companhia de uma madrinha, acabou indo trabalhar em campanha onde conheceu o grande amor de sua vida.
O casamento foi em 27 de setembro de 1952 e o namoro durou pouco mais de um ano. Depois do casamento eles ficaram 13 anos em campanha e depois voltaram para a cidade. O casal teve três filhos e Lourdes se orgulha da união afirmando que jamais o casal teve uma briga sequer: “Nunca brigamos ou discutimos, sempre tivemos juntos e sempre deu tudo certo”, disse Lourdes. A esposa garante que a única dificuldade na relação é a teimosia do Abrilino. Quando a reportagem chegou na residência do casal, Abrilino estava cortando lenha, mesmo com 93 anos de idade. O casal frequenta os bailes no Cruzeiro e Lourdes também acha tempo para ir na academia. Ele gremista e ela colorada, o casal joga no time do amor e usam a receita do respeito, carinho e amizade para manter vitoriosa a relação.
El amor es el principal
Juan Delcino Rodriguez e Mary Nelly Suarez estão casados há 40 anos, mas as contas de namoro e noivado ultrapassam as 47 primaveras. A história desse casal simpático que vive do outro lado da fronteira começou com um namoro escondido. Mary conta que foi a cunhada que ajudou e que mais colocou “lenha na fogueira” para que os dois ficassem juntos. O pai de Mary queria muito que a filha estudasse e tivesse uma profissão para só então pensar no amor, mas as regras coração ninguém muda e foi assim que Juan e Mary começaram a sua história. Juan era cobrador de ônibus e todos os dias via a jovem passar na sua frente, a paixão foi inevitável.
O pedido de namoro oficial foi até engraçado, isto porque Juan havia prometido para a namorada que não faria o pedido ao seu pai tão cedo, mas, determinado dia ao voltar para casa, Mary se deparou com Juan sentado na sala de casa ao lado de seu pai. O pedido de namoro foi ali mesmo, direto e rápido. Em 28 de julho de 1978 o casal celebrou a união. Juan trabalhou 25 anos na polícia e mesmo com as longas noites de investigação, o amor sempre foi a base de tudo. Hoje com três filhos crescidos, o casal se considera eternos namorados e garantem que não há espaço para o ciúme, contudo, prezam sempre pela companhia do outro e pelo diálogo: “sempre aviso onde vou, o que vou fazer e deixamos bilhetes, recados…temos um casamento de tudo, por isso a gente dá tão certo”. Ele torcedor do Peñarol e ela do Nacional, a divisão fica só dentro de campo, porque em casa não existe nem mesmo uma bola dividida.
Um amor que superou desafios
Uma história de amor geralmente tem em suas páginas alguma dificuldade ou superação, no caso de Camila Gomes (brasileira) e Brenda Nuñes (uruguaia) a SUPERAÇÃO está presente em cada página. As duas jovens se conheceram em uma festa e foi Brenda que tirou a Camila para dançar. O encontro foi em 16 de janeiro de 2014. Depois da dança, as duas passaram a noite inteira conversando e quatro dias depois o casal iniciou o namoro.
Brenda conta que o pedido de namoro foi por mensagem, num tom de brincadeira, mas o caso logo se tornou sério. Brenda conta que a relação com a família foi bastante complicada no início. A mãe não aceitou a relação e a filha acabou saindo de casa por conta disso. Brenda disse ainda que as dificuldades começaram muito antes, que o primeiro conflito até ela mesma se aceitar como homossexual, mas o desafio foi contar para a família a real relação com a Camila.
Depois de meses fora de casa e as duas enfrentando várias dificuldades, inclusive financeiras, Brenda voltou para casa e retomou o convívio com a família. Camila e Brenda tiveram que superar várias barreiras em quatro anos de relação, as descobertas de uma relação a dois, mais responsabilidades; mas elas garantem que o sustento durante as fases ruins foi sempre o amor entre elas. Brenda lembra de um momento muito difícil que foi acordar certa manhã e ver uma foto de toda a sua família reunida e apenas ela ausente, mãe e filha se machucaram, “me senti excluída” disse. Até que certo domingo de almoço em família a mãe de Brenda acabou convidando a Camila para participar do almoço. A partir desde domingo as relações mudaram.
Atualmente a família das duas encara tudo com mais naturalidade e a convivência se tornou natural. Camila e Brenda contam que um dos maiores medos da família era o que as outras pessoas iriam dizer, a violência e o preconceito, mas que o amor acabou prevalecendo.
Camila e Brenda ainda se privam de muitas coisas naturais a outros casais héteros por medo do preconceito e da violência, mas superam tudo com o amor entre as duas. A relação acabou chegando numa nova fase e agora elas se preparam para receber a filha Marina. Brenda está com oito meses de gestação e as mamães de primeira viagem agora se aventuram entre enxoval e preparativos para o dia da chegada da primeira filha. O amor é o laço, o berço e a força para um casal jovem, mas com sentimento determinado. Com os corações batendo forte pelo Grêmio a diferença entre elas durará apenas um mês de Copa do Mundo (onde a torcida será por Neymar e Suárez), mas a fama destes jogadores logo acabará, porque em casa, a estrela será Marina, filha do melhor amor do mundo.
Estava escrito nas estrelas
Unidos há mais de 33 anos dançando bailado e 100% envolvidos no tradicionalismo, Deisi Maria Barbosa Furtado e José Daniel Teixeira Furtado partilham de uma história emocionante. Deisi conta que o casamento com o homem de olhos azuis foi uma profecia de uma cigana quando ela ainda tinha 13 anos. Na saída do colégio ela foi abordada por uma cigana que leu a sua mão esquerda e contou que ela se casaria com um jovem gringo e de olhos azuis. Como pagamento a cigana teria cobrado os brincos de Deisi, mas ela se negou a pagar e como resposta a cigana teria jogado uma “praga” que também se concretizou. Mas a história do casal é feita de alegrias.
Foi na busca de um par para o bailado que Deisi acabou conhecendo Daniel. Ela foi com uma prima na casa do futuro esposo sem saber como ela era e imaginava que seria um “bichinho da goiaba” contou. “Pensei que minha prima fosse me apresentar um guri horroroso, mas foi totalmente o contrário” disse. Na mesma noite de baile Daniel lhe roubou um beijo e o namoro começou a ficar sério. O casamento foi em 1986, no dia 9 do mês de agosto. Entre 1990 e 1993 o casal teve as duas filhas depois de perder o filho na primeira gravidez. A profecia da Cigana estava certa e este ano o casal completa mais de três décadas juntos entre bailados no Fronteira Aberta, no Jayme e na vida – companheiros para a vida toda.
Por: [email protected]