Segundo informações da Coperforte somente em fevereiro, a queda na produção foi de 300 mil litros
Embora a chuva que caiu na fronteira, nesta última semana, tenha amenizado um pouco os prejuízos da estiagem em algumas culturas como a soja, por exemplo, o volume de 30mm não foi suficiente para saciar a falta de recursos hídricos para os produtores. Com as pastagens secas e o solo sem nenhuma umidade, os produtores de leite do município estimam uma perda significativa em sua produção. Como é o caso da Coperforte – Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste Ltda. – entidade com 1.300 associados e com cerca de 350 famílias trabalhando, diariamente, na produção e fomento da cadeia leiteira em Sant´Ana do Livramento, que estão estimando uma diminuição de 60% na produção em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo Rosi Lima, tesoureira e membro da diretoria da cooperativa, as chuvas irregulares dos últimos três meses irão impactar diretamente na economia de muitas famílias do município. “ A gente segue produzindo leite, mas em uma quantidade muito menor do que o habitual. Nós fomos fazer um levantamento e já percebemos uma diminuição de 60% na produção de leite. Antes, nós estávamos entregando duas carretas de leite, e agora não fechamos nenhuma. A nossa produção mensal é na base dos 800 mil litros, mas em fevereiro não chegou nem aos 500 mil. É claro que a chuva vem ajudar, qualquer volume é bem-vindo. Mas ela não vai resolver porque o pasto já está seco. Por isso as vacas não conseguem produzir aquilo que a gente espera. A silagem não é a mesma, até porque o grão de milho não se formou. A situação é bastante complicada” comenta.
Segundo a produtora, o reflexo da estiagem também deverá aparecer no longo prazo, pois a falta de alimentação adequada para os animais pode afetar a taxa de parição dos animais. Na contramão disso, Rosi destaca que muito produtores de soja, por exemplo, que tiveram ou estão tendo perdas significativas em suas produções já estão pensando em migrar de atividade entre elas a produção leiteira. “Nós estamos conversando com alguns produtores que já nos sinalizaram algo neste sentido. Embora essa atividade também tenha seus custos, como compra de animais e estrutura mínima para produzir. O leite dá um retorno mensal ao produtor, diferentemente da soja, por exemplo, e ainda não deixa muita dívida” disse.
O valor pago para quem produz acima de 6 mil litros é de R$1,15 o litro. Já acima de 3 mil litros R$1,10 . “ Está um preço bem bom para quem produz. E a estimativa é que ao longo dos meses esse valor posso melhorar mais ainda”