Na última semana, Sant’Ana do Livramento passou por um forte temporal. Ventos de mais de 84km/h, muitos pontos sofreram com a chuva. Ana Paula da Silva da Silva, moradora do Parque São José passou por momentos de tensão, a casa onde mora está cedendo há, aproximadamente, um ano e meio. Ela mora com seus cinco filhos e tem medo de que algum dia sua casa caia com sua família dentro.
“A situação está crítica. A casa está cedendo, as paredes estão inclinadas, ela está toda torta. Eu fico aqui nessa casa por que não tenho para onde ir e não tenho dinheiro para reformá-la, tenho medo dela cair com meus filhos dentro, dia de chuva e vento eu fico muito preocupada, acordo na madrugada e fico apreensiva, torcendo para que a casa se mantenha e não ceda mais ainda. Aceito qualquer tipo de materiais que possa contribuir para que a casa se erga novamente”, conta.
A casa é uma peça só, logo na entrada fica um sofá de dois lugares, onde de noite dormem duas de suas filhas, à direita tem um armário de mantimentos, que está vazio, ao lado possui uma torneira com um balde abaixo, uma espécie de pia improvisada, um fogão, mais a frente um banheiro somente com o sanitário e sem chuveiro, o banho é de balde com água aquecida na chaleira. A sala e o quarto se dividem por um guarda-roupa que está empenando pela quantidade de água da chuva que caiu sobre ele, o “quarto” possui apenas uma cama de casal onde dorme Ana com seus filhos, uma TV pequena e um ventilador. A parede lateral da casa, por dentro está forrada com lençóis e cobertas que Ana colocou no último inverno para amenizar o frio.
Além disso, Ana conta que sofre com a insegurança na sua residência: “Tive de arrancar a porta da frente pois não conseguia mais abri-la, quando vou dormir eu escoro a porta e coloco algumas madeiras na parte de trás pra evitar que algum desconhecido entre na minha casa, além disso as frestas que se formaram deixa quase a casa inteira à mostra”.
Suas filhas mais velhas de 9 e 7 anos “se divertem” nos dias de chuva, com as frestas e goteiras, uma verdadeira cachoeira se forma dentro de casa: “Elas não têm noção da situação que nós estamos passando, então acabam brincando com a chuva que cai dentro de casa”.
Faz mais de um mês que minha filha pede para tomar leite
Ela mora sozinha com seus cinco filhos e sobrevive apenas com o benefício do Bolsa Família e doações de alguns vizinhos que a auxiliam: “Meu menino mais novo tem menos de dois anos, eu não tenho como trabalhar e cuidar deles ao mesmo tempo. Eu sobrevivo com R$300,00 por mês e com as doações, peço ajuda para qualquer tipo de doação em mantimentos e roupas para eles principalmente. Minha filha me pede quase todos os dia para comprar um litro de leite mas não tenho como, aí aconselho ela a tomar café, que também está acabando”, encerra.
Sua casa fica na rua Tulio Fontoura 314, no Parque São José, ela não possui telefone mas deixou o contato de sua sogra para quem quiser mais informações, (55) 9 9671-4828
