Desta forma, a cada semana as páginas do jornal ganham um novo personagem, que, em uma troca de papéis, deixam a posição de entrevistadores e assumem o posto de entrevistados. Nesta semana, é a vez do repórter Matias Moura, responsável pelas editorias Rural e Segurança.
Por acompanhar o dia a dia da cidade, Moura destaca-se quando o assunto é de interesse comunitário, indo em busca da notícia não importa onde ocorra, percorrendo a zona rural ou urbana, não se limitando aos fatos, denunciando quando preciso, mas sempre fiel aos acontecimentos.
O que é o jornalismo para você?
“O jornalismo, para mim, é estar onde a notícia está. Nossa profissão se define em estar sempre atento e pronto, já saímos de casa prontos para qualquer acontecimento, trazendo a notícia, seja para o rádio, jornal impresso e/ou mídias sociais.
Neste 2019 muitas pautas me chamaram a atenção, principalmente as que envolvem questões policiais como tráfico de drogas e que envolvam violência, por exemplo, houve um caso em que nós (o jornal) acompanhamos o trabalho da Brigada Militar durante a prisão de um traficante na Vila Santa Clara. São cenas que mostram a realidade do nosso município que, atualmente, está vivendo a dura realidade do uso e consumo de drogas. Neste sentido, nós acompanhamos o trabalho realizado no CAPS, onde os dependentes químicos fazem tratamento contra a dependência. São muitas histórias de jovens e velhos que nos tocam profundamente.
“Outro exemplo que ainda tenho em mente foi a visita que fizemos ao albergue onde pudemos contar várias histórias dos moradores em situação de rua”.
“Eles passam o dia nas praças, perambulando pela cidade, em seus rostos as marcas de uma vida sofrida que, muitas vezes, por escolha própria ou por imposição das circunstâncias lhes foi reservada. São homens, mulheres e crianças, de todas as idades, com roupas maltrapilhas que habitualmente veem no lixo um prato de comida e fonte de subsistência, seu teto é o sol, a lua e as estrelas o seu travesseiro, um banco de praça frio ou uma marquise de prédio sua cama, e a esperança em dias melhores o seu cobertor.”
No albergue, no dia da visita estavam, além de moradores de rua, muitos estrangeiros como cubanos, uruguaios e um nigeriano naturalizado uruguaio. Morando há oito anos na fronteira, sem residência própria Henry Julia, passa as noites no albergue.
Outro momento marcante
Matias Moura conta que por trabalhar com editoria de segurança seu contato com policiais é quase que constante: “muitas vezes estamos em locais onde está acontecendo a ocorrência e temos que transmitir as informações oficiais aos ouvintes e assim podermos levar essa informação com a credibilidade que o Jornal A Plateia conquistou ao longo de seus 82 anos.
Matias Moura flagrou paus, pedras e garrafas sendo arremessadas de um lado para outro em meio a gritaria e algazarra quando vinha a caminho da Rádio RCC. Assim foi o amanhecer na Avenida João Goulart no quarteirão entre as Ruas Vasco Alves e Manduca Rodrigues na manhã do dia 09 de dezembro quando a BR-158 virou uma praça de guerra entre grupos.
As cenas foram registradas por ele próximo às 6 horas da manhã, quando grupos de jovens que saíam de uma festa se enfrentavam no meio da rua ignorando os veículos que passavam pelo local e as pessoas que estavam a caminho do trabalho.
O que esperar em 2020?
“Esperamos que os pais sejam mais atuantes e presentes, principalmente com os adolescentes que acabam saindo nos fins de semana ficando até altas horas bebendo na rua, muitas vezes entrando em confusões que quando são analisadas aconteceram por ninharias”.
