Pela manhã, professores se acorrentaram ao portão da Coordenadoria de Educação e à tarde se uniram aos policiais e pararam o centro da cidade
Protestos de alunos e professores da rede estadual de ensino contra o pacote de medidas do governador Eduardo Leite bloqueiam o acesso a Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) em diversas cidades gaúchas, nesta sexta-feira (22). Em Sant’Ana do Livramento não foi diferente. Pela manhã, professores se acorrentaram ao portão da 19ª Coordenadoria Regional de Educação, impedindo o acesso ao prédio.
Além do pacote, os professores protestaram contra o fim do terceiro turno noturno de algumas escolas que, embora não seja confirmado pelo Estado, é forte nos bastidores. “Como não temos garantia de que os alunos terão este turno nos acorrentamos e impedimos a entrada dos funcionários aqui na coordenadoria de educação”, afirmou a diretora-geral do 23º Núcleo o Cpers/Sindicato, Adriana de Leon.
Os reflexos da greve já é sentido em todas as escolas de forma parcial. Uma delas é a Escola Silvio Ribeiro, Caic. Na instituição, 90% dos professores aderiram as paralisações. “Temos duas funcionárias de serviços gerais, uma vice-diretora, uma pessoa responsável pela sala de aprendizagem especial e apenas duas professoras estão dando aulas. Isso equivale a apenas 10% do quadro de funcionários da escola. As professoras que estão em atividade são contratadas e estão até mesmo com medo de uma possível demissão após o término da greve. Existe uma liminar em que assegura o direito de greve destes funcionários, mas, respeitamos a decisão dos colegas que ainda não aderiram à greve. Seria fundamental a paralisação de todos para mostrar que a classe está unida”, conta o diretor João Santos.
Na manifestação dessa sexta, aderiram também os policiais civis. A 2º vice-presidente da Urgeirm, no Rio Grande do Sul, Neiva Carla Back Leite, afirmou que Livramento teve uma das maiores manifestações realizadas no interior do Estado. “Creditamos isso porque o pacote de atrocidades que o governador propõe afetará todos os servidores públicos, não somente professores e policiais, mas, sim, toda a classe que trabalha no serviço público estadual. Quando se ataca o servidor público acaba atacando também a população gaúcha que precisa destes servidores. Essa mudança afeta a nossa classe policial, mas acaba completamente com a classe dos professores estaduais”, destacou Neiva.
Segundo a organização, mais de 1.000 pessoas, entre servidores públicos de várias categorias e alunos, participaram da mobilização que começou na praça General Osório e encerrou na esquina democrática com discursos e palavras de ordem.