Maribel fez fortes críticas a atual administração e disse que não se deixará intimidar por ameaças na internet
Esta semana a servidora pública aposentada Maribel do Couto concedeu entrevista para o Jornal A Plateia e falou a atual “onda de debates” nas redes sociais com membros do governo, seus 30 anos de trabalho na Prefeitura e como ela avalia as decisões da atual administração.
Maribel deixou claro que as atitudes de membros do próprio Governo teriam gerado o mal-estar nas redes sociais e suas respostas e postagens são apenas uma consequência disso. Ela afirmou que não está fazendo campanha e que não é candidata, mas que suas postagens são para dar esclarecimentos para a própria comunidade que deve ficar atenta às inverdades publicadas na Rede.
Maribel acredita que foram feitas promessas mirabolantes para o povo, como a promessa de um governo técnico, mas que atualmente isto não acontece. “O povo precisa ter consciência, doar salário está se tornando uma mascarada compra de votos”. “As prioridades estão sendo desviadas, a cidade está um caos e tomada de buracos”, completou.
Maribel disse que o atual governo chegou com sede de poder a lamenta a falta de humildade do prefeito e membros do Governo – “eu o vejo com incapacidade de governar. Pegar o microfone e dizer que nasceu na Carolina não é argumento nem desculpa”, disse.
Sobre a usina de asfalto, a funcionária aposentada disse que ela é a única chance de resolver o problema da cidade, “a nossa usina produz asfalto frio também, não precisava comprar fora, compraram um milhão de reais fora, mas a nossa usina é capaz de produzir. Nas ruas de Livramento só o recapeamento trará solução e isto será resolvido pela Usina”.
Maribel disse que não tem raiva de ninguém, mas que apenas usar as ferramentas usadas pela atual administração para lhes responder. “No início eu acreditei neles, achei que de fato houvesse o interesse de fazer o melhor pela cidade e estava lá para me somar a eles, para trabalhar, mas já em janeiro vi que tudo não passava de falácias”.
Perguntada sobre o comportamento de lideranças políticas usarem atualmente as redes sociais para questionar, apontar erros e acusar pessoas, Maribel disse que vê isso como um grande despreparo. “A falta de noção de gestão pública é o que impera nos nossos governantes atuais. Eles não têm noção nenhuma do que é administrar uma cidade, eu vejo este governo como uma carreta desgovernada descendo uma ladeira e atropelando a todos sem nenhuma responsabilidade. O nosso prefeito que seria o que dirige a carreta não tem controle de nada. Eles têm sempre uma desculpa para tudo: como a heranças de dívidas, mas acontece que governos são feitos de segmentos e são obrigações que devem ser assumidas e trabalhos continuados”. “Os vídeos do atual secretário geral de governo que estou postando é para refrescar a memória de que as promessas que foram feitas, nada está acontecendo, nada foi cumprindo e muitas pessoas não tem acesso à internet, e eu vou nas vilas e apresento a verdade, isto é consciência cidadã. A nossa política está indo de mal a pior”, disse Maribel.
Perguntada sobre a relação com o Ico Charopen de anos passados, Maribel esclareceu: “Eu acompanhei e trabalhei com o Ico por três anos. Eu me aproximei dele em 2007 quando fui secretária de turismo, pois eu acredito que deve prevalecer o Partido de Santana e Ico era na época da secretaria de Turismo do Estado do RS. Eu via que a Secretaria de Turismo do RS aportava nas outras regiões e nós (Livramento) não tínhamos nada. Na época eu fui até ele e solicitei um Centro de Informações Turísticas na entrada da cidade na PRF. Eu fui atendida, fiz outro projeto para o carnaval e também fui atendida e, por isso, eu fui grata a ele e acabei comprando uma briga com o governo da época na cidade. Eu não fui secretaria do governo, mas ‘nomeada pelo vice’ e trabalhei por sete meses, depois, saindo do cargo me senti a vontade para ser grata ao Ico e trabalhar com ele. Eu percebia que faltava muita coisa para ele, mas eu tentava ver pelo coração dele (ele tinha um grande coração) que ele cercado de pessoas capacitadas e fazia um bom trabalho. Em 2008 o Henrique Civera não tinha tanta influência no partido do PTB e a participação dele não era tão grande. Contudo, em 2012, um grupo chegou a fazer um boletim de ocorrência na Delegacia dizendo que a sede do partido tinha sido furtada e documentos tinham desaparecido, eu fiquei apavorada, porque depois de uma semana, fiquei sabendo que o próprio PTB montou esta farsa, foi uma grande sujeira, uma mentira, e eu acredito que a política tem que ser séria. Naquela época a campanha já era liderada pelo Henrique Civera e eu nunca concordei com isso, eu não aceitei, me afastei do partido e fiquei de castigo. Dizem que não existe perseguição política, mas existe sim, e eu fiquei na secretaria de obras. Depois, a convite do Mario Santana fiz um excelente trabalho na secretaria de educação e revitalizamos várias escolas. Escolas que estavam por ser interditadas pelo Ministério Público nós revitalizamos por completo e fizemos um trabalho de dignidade graças a oportunidade do Mário Santana e do Governo Glauber Lima.
Sobre as acusações na internet da existência de uma sindicância, Maribel disse que “não recebeu nenhum documento nem assinou nenhuma Notificação. Segundo ela, ela teria recebido apenas um questionamento da secretaria Regina (por quem tem grande admiração) com respeito a algumas tintas para a pintura na Escola Juvêncio Lemos, como o diretor da escola já havia feito a pintura, o material foi destinado para outra escola. Eu tenho minha consciência tranquila”, disse.
Maribel finalizou a entrevista dizendo que a Prefeitura foi a sua única experencia. “Foram 30 anos dedicados para o serviço público e dei o meu máximo pela cidade”. Maribel citou obras importantes como a Praça Flores da Cunha, o Camelódromo, o Largo Hugolino Andrade e outras ações importantes que fez durante seus últimos anos de trabalho. A própria usina de asfalto foi considerada pela Maribel como uma grande conquista. “Eu não saio frustrada da prefeitura, pois estou pensando na coletividade”, disse.
“Esta não é uma luta da Maribel”
Por: redaçã[email protected]