Reportagem: João Victor Montoli
Maria Souza, que vendia rifas para fazer a CNH para caminhão consegue realizar seu sonho
O quão gratificante é ver um sonho ser realizado bem na sua frente. Isto está acontecendo agora! Algumas edições atrás, você acompanhou um pouco da história de Maria Souza, uma cearense com o coração gaúcho. Ela vive aqui na fronteira já tem algum tempo.
Como o sonho começou
Maria conta que juntou moedas de R$ 0,25, R$ 0,50 e de R$ 1 para fazer a sua primeira habilitação: “Fui logo juntando. Todos os trocados que sobravam das compras iam para um cofre, de madeira, e só foi aberto quando ele estava bem cheio. Foi assim que eu consegui a minha primeira habilitação (AB), agora para adicionar a categoria D estou fazendo rifas de cosméticos. O motivo de querer essa categoria é simples, dar um futuro melhor para a minha filha”, conta. A categoria D permite a condução de veículos que transportem mais de oito pessoas, sem contar com o motorista. Ônibus e micro-ônibus são exemplos de modelos que podem ser pilotados pelo motorista que tenha esse tipo de habilitação. Além disso, quem tem a categoria D também está autorizado a conduzir todos os outros veículos dos tipos B e C.
E assim iniciou sua jornada. Maria contou com ajuda do diretor do CFC Dirigir que lhe deu uma camiseta personalizada para ajudar a identificá-la. Maria começou a ir de porta em porta nas ruas de Sant’Ana do Livramento. No seu segundo dia, ela estava passando na rua Almirante Barroso, onde ofereceu uma rifa e contou brevemente sua história para a equipe de reportagem do Jornal A Plateia. Com isso, veio a primeira transmissão ao vivo, divulgando seu esforço. A primeira matéria saiu na edição dos dias 24 e 25 de agosto, Maria plastificou a matéria e apresentava este recorte de jornal para comprovar a veracidade de sua causa.
Um mês se passou, Maria persistiu e sua fé e dedicação fizeram-na vitoriosa. Na segunda-feira (23), Maria que conseguiu arrecadar os R$ 2.295,04, deu entrada com a documentação para se tornar a mais nova habilitada na categoria D. Durante o processo Maria estava nervosa, chegou a errar algumas vezes suas informações, ela não acreditava que o seu sonho tinha se tornado real. Na hora da fotografia para a CNH, Maria, por diversas vezes tentou segurar o sorriso que teimava em aparecer em seu rosto feliz. Após assinar o último documento, Maria com lágrimas nos olhos, agradeceu a todos, com um forte abraço.
Maria, todo o esforço foi teu!
Dias e mais dias batalhando, enfrentando o sol, o frio em busca de um futuro melhor para tua filha.
Este é o começo de uma nova vida para Maria.