sáb, 23 de novembro de 2024

Variedades Digital | 16 e 17.11.24

Terceira fase da Operação Grande Negócio apreende mais de 10 milhões em bens patrimoniais

Terceira fase da Operação Grande Negócio apreende mais de 10 milhões em bens patrimoniais

A Polícia Civil, através da Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab) de Bagé, deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27), a terceira fase da Operação Grande Negócio no combate à lavagem de dinheiro referente a crimes rurais. Na ação, foram cumpridas doze ordens judiciais, sendo sete de bloqueio de bens patrimoniais de suspeitos e cinco de mandados de busca e apreensão, contabilizando o bloqueio de mais de 10 milhões em patrimônio de investigados por suposto esquema de lavagem de dinheiro. Um frigorífico teve suas atividades suspensas em Santa Clara do Sul.

As diligências foram realizadas nos municípios de Harmonia, Lajeado, Santa Clara do Sul e Santa Cruz do Sul. Ao todo foram quinze meses de investigações, onde os policiais identificaram um esquema de transações fictícias de compra e venda de bovinos, que mediante a utilização de um frigorífico do município de Santa Clara do Sul, acabou ficando conhecida como “comércio de gado fantasma”.

Conforme o delegado André de Matos Mendes, em março de 2018 a Especializada, com o objetivo de apurar suposto abigeato, passou a investigar um indivíduo do município de Harmonia que estava vendendo animais bovinos para serem abatidos em um frigorífico em Santa Clara do Sul. Ele não possuía lotação junto a Inspetoria Veterinária e também sem tirar Guias de Trânsito Animal (GTA). “No decorrer das investigações, os policiais descobriram que, na verdade, estavam diante de um esquema de lavagem de dinheiro. Outras seis pessoas, também foram identificadas como integrantes do esquema. Os falsos produtores tiravam notas de venda de “gado fantasma” para o frigorífico de Santa Clara do Sul, este por sua vez emitia contranotas, dando uma “aparência” de legalidade para as transações”, relatou o delegado.

“As movimentações eram declaradas no imposto de renda dos investigados e do frigorífico, com isso a empresa também era beneficiada financeiramente com as transações falsas, com ganhos tributários ilegais e distribuição de pro labore sem anotação contábil. Foram apreendidos cerca de um milhão de reais em transações falsas de compra e venda de gado, além das contranotas. Durante as três fases da operação Grande Negócio, foram cumpridas cerca de setenta ordens judiciais como mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo fiscal e financeiro, afastamento de advogados do caso e bloqueio de posses. Todos os bens dos suspeitos foram apreendidos, totalizando valor superior a dez milhões de reais. Sete pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, concluiu Mendes.

Matheus Lima

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