Artistas plásticos de todo o Brasil comemoram o Dia do Artista Pintor, no dia 5 de maio. A data da comemoração foi escolhida em homenagem ao pintor José Ferraz de Almeida Júnior, lembrando o seu nascimento em Itú-SP, em 1851. O pintor teve a sensibilidade que, muitas vezes, falta em seus expectadores, pois este artista sentiu e traduziu o mundo de forma brilhante, quando aos olhos dos leigos, a obviedade diária não traz resquício algum de beleza.Texturas, linhas, cores e planos unem-se ao prazer transmitido pela magnífica interação da linguagem cromática. O pintor transforma em poesia o retrato de seu tempo e, exatamente por esse aspecto histórico da pintura, vários estudiosos (historiadores, inclusive) utilizam-se de quadros de artista das épocas para transformá-los em objeto de análise.Através deles é possível compreender os conceitos morais, éticos e o dia-a-dia das pessoas retratadas.
A Reportagem conversou com Hellen Rayssa Menezes Castro, ou como gosta de ser chamada: Ray, de apenas 15 anos. Com seu talento incrível, conta mais sobre a paixão de desenhar.
Ray conta que sempre gostou de desenhar. “Quando criança adorava desenhar. Comecei a desenhar personagens de anime, e algumas fotos que eu pesquisava na internet. As imagens que considerava interessante eu tentava ampliar, sem pretensão alguma de fazer isso profissionalmente”, contou. “Iniciei fazendo uma versão desenhada de uma selfie de um amigo meu, o resultado me surpreendeu, ficou muito melhor do que eu esperava. Eu acabei postando esse desenho em minhas redes sociais que acabou gerando muita repercussão, várias pessoas começaram a pedir encomendas e assim percebi que poderia complementar minha renda com essa arte”, conta como iniciou a fazer seus desenhos profissionalmente.
Ela conta que aperfeiçoa sua técnica assistindo vídeos na internet: “Não tenho cursos, o que aprendi foi assistindo vídeos, aprendi tudo sozinha com tentativas e mais tentativas, creio que já realizei cerca de 300 desenhos”, explica.
Apesar de seu talento, Ray comenta que há uma dificuldade nas vendas pela desvalorização da arte em geral: “A grande dificuldade é a desconsideração com o artista, eu estou começando na área, então não cobro um valor absurdo, mas mesmo assim alguns clientes tentam reduzir mais ainda o valor. Na escola, todos admiram os meus desenhos, quando acontece alguma atividade sempre me chamam para fazer algum desenho, e sempre sou muito incentivada a continuar buscando mais conhecimento sobre a área das artes”, diz. Rayssa é aluna da Escola Silvio Ribeiro – Caic.
Sua mãe, Silvia Helena afirma que o talento de sua filha é um dom, e que apesar das dificuldades, incentivam-na a continuar e, posteriormente, realizar uma graduação.“Sou artesã e sempre a influenciei para seguir essa nossa veia artística. Quando estava fazendo algum trabalho ela chegava perto e sempre queria me ajudar, e eu sempre deixava ajudar em alguma coisa para estimular a continuar por este lado”, comenta sua mãe.
Ray conta que o valor de suas telas varia pela dificuldade ou rapidez com que o cliente deseja receber. “O valor é bem relativo, depende muito do que o cliente deseja, se quiser colorido, com técnicas de sombreado, dentre outras variáveis”, especifica Ray.
“Infelizmente no Brasil, a arte não recebe sua devida importância, como no restante do mundo, seja por falta de investimentos ou de interesse da população, se agravando com os emergentes artistas”, disse a mãe de Ray, Silvia.
Arte é um dom e todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.
João Victor Montoli – [email protected]