Servidora afirma que foi deslocada de secretaria durante reunião intimidadora em uma sala com três advogados, assessores de Ico
A servidora Catia Paines foi deslocada de secretaria no início desta semana. Nos mês passado, a gestora pública – que há 20 anos é servente na Prefeitura – se envolveu em uma discussão com o secretário geral de Governo, Enrique Civeira, nas redes sociais. Após o pedetista emitir uma ordem de serviço proibindo os servidores públicos municipais de tomar chimarrão ou comer qualquer tipo de alimento nos balcões das Unidades Básicas de Saúde, Catia criticou a medida adotada pelo secretário, disse que concordava com ele, porém, que “o exemplo tem que vir de cima” porque tanto o secretário quanto o prefeito mantém reuniões tomando chimarrão. Civeira rebateu: “Não vejo problemas numa reunião em tomar chimarrão. Vejo problemas (em tomar) nas Unidades e Saúde atrás do balcão que não é lugar. A sra. deveria se preocupar em fazer seu serviço que deixa muito a desejar”, escreveu o secretário.
Catia respondeu: “pois é, vemos aqui a qualidade do gestor, tenta denegrir a minha imagem como servidora e depois, como se não bastasse, age como um gângster, ameaçando, só porque a outra pessoa emitiu opinião, e esse cidadão sonha em ser prefeito de nossa cidade”, diz parte da resposta.
Colocada à disposição
Uma semana depois de ter retornado da sua licença prêmio Catia contou que foi vista na cozinha da Prefeitura por um assessor do Prefeito que teria questionado o que ela estava fazendo lá. “No outro dia fui chamada na Secretaria de Administração e fui informada que estava sendo colocada na Secretaria de Saúde, à disposição do secretário Enrique Civeira”, conta a servidora.
Segundo ela, a informação foi dada na frente de uma comissão de assessores do prefeito Ico. “Fui recebida pelo secretário Fernando, pela Valéria Argiles (procuradora do Sisprem), Rodrigo Weber (Chefe de Gabinete) e o procurador-geral do Município, Ramzi Zeidan. Só quem se dirigiu a mim foi o secretário Fernando que disse que eu estava sendo colocada à disposição e não me deu motivo. Um estava se dirigindo a mim, os outros assistindo, como se diz, de camarote. É intimidador, humilhante”, classificou.
Toda vez que um servidor é colocado à disposição é dado a ele o motivo e, geralmente, é grave. “Não me deram motivo, mas deu para perceber, eles não querem a minha presença ali”, contou.
Nova secretaria
A gestora pública contou como foi a recepção na Secretaria da Saúde. “Cheguei às 7h30 e encontrei somente os servidores de carreira, assim como eu. Esperei o secretário, mas quem acabou me recebendo foi o Eder. Eu não me sito a vontade ali. Mesmo depois que o senhor Enrique tinha dito que o meu trabalho deixava a desejar. É uma situação irônica porque antes eu deixava a desejar, mas agora eu sirvo a ele. Deixei claro que não me sinto à vontade na secretaria pela presença dele. Como não me deram motivo, estou levando isso como uma perseguição, um castigo para mim. Uma tentativa de calar a minha boca, mas se eu tivesse medo eu não estava aqui (concedendo entrevista)”.
“A gente vive numa democracia, mas não é assim que funciona. Somos realmente é perseguidos, eu acredito que agora ele (o secretário Civeira) vai ter a oportunidade de aprender um pouco comigo e me pedir desculpa pela desmoralização que ele me fez passar”, finalizou.