Os questionamentos tiveram respostas distintas por parte dos integrantes da comissão avaliadora do processo seletivo
A Câmara de Vereadores de Sant’Ana do Livramento segue dando andamento à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga supostas fraudes no processo seletivo realizado pela Secretaria Municipal de Educação do Município no início do ano.
A comissão presidida pelo vereador Carlos Nilo (Progressistas) ouviu na quinta-feira (21) os três integrantes da Comissão Avaliadora do processo, Rodrigo Weber, Beatriz Dutra e Antonio Melo.
Já no início da sessão de oitivas, o secretário da CPI, vereador Antonio Zenoir (PSD), leu um ofício da Ordem dos Advogados do Brasil OAB-RS, assinado pela secretária-geral, afirmando que Rodrigo Weber sofreu sanção disciplinar de exclusão dos quadros da Ordem no Rio Grande do Sul, com decisão transitada em julgado. O documento foi rebatido no início da sessão por Rodrigo, que apresentou um documento de 26 de outubro de 2018 que, segundo ele, teria derrubado essa decisão.
Logo em seguida, Rodrigo foi questionado porque houve duas publicações do edital do processo seletivo, mas Weber não soube dar detalhes, apenas explicou que as publicações são feitas pelo Departamento de Imprensa da Prefeitura. Questionado sobre amparo legal para que fosse feita a entrevista psicológica, Rodrigo disse que teria acontecido uma “entrevista profissional” que foi dirigida por psicólogos.
A primeira oitiva foi marcada por informações desencontradas. Isso porque Rodrigo Weber afirmou que os recursos foram avaliados de forma subdividida e que ele não teria participado dos recursos dos professores, por exemplo. Beatriz disse que não houve subdivisão e que talvez Rodrigo não tenha se expressado corretamente.
Outro ponto contraditório foi referente aos recursos. Rodrigo Weber disse que teriam sido em torno de 50, já Beatriz destacou que ela avaliou 146 recursos, mas não foi destacado quanto tempo eles tiveram para avaliar esses recursos.
Durante a oitiva foi lido um artigo do edital que não previa o fornecimento de documentos comprobatórios de aprovação ou classificação do candidato, por parte da Secretaria, valendo apenas a classificação do edital, publicada pela Prefeitura. Ao Antonio Melo foi questionado se ele acreditava no inciso legal, ele disse que é “uma questão de juízo de valor” e, por isso, “não teria opinião a respeito”.
A oitiva dessa semana foi tida como longa, durando mais de uma hora e meia, porém a Mesa Diretora da CPI acredita que o prazo de 60 dias para o inquérito segue valendo. A nova oitiva acontece na próxima quinta-feira (28), quando devem ser ouvidos os integrantes do Conselho Municipal de Educação.

(Foto: Rodrigo Bique/AP)


(Foto: Rodrigo Bique/AP)


(Foto: Rodrigo Bique/AP)