dom, 12 de janeiro de 2025

Variedades Digital | 11 e 12.01.25

Em busca de dias melhores

As venezuelanas Emily Hernandez e Mircala Arraiz esteão em Livramento em busca de trabalho e uma vida melhor (Foto: Elis Regina/AP)

Jovens percorreram centenas de quilômetros na esperança de uma vida melhor longe da Venezuela

As venezuelanas Emily Hernandez e Mircala Arraiz esteão em Livramento em busca de trabalho e uma vida melhor (Foto: Elis Regina/AP)

As venezuelanas Emily Hernandez e Mircala Arraiz saíram da cidade de Caracas na Venezuela para Roraima, na bagagem poucas roupas e objetos, mas uma grande esperança de dias melhores.
A viagem foi feita sempre com caronas e ajuda de pessoas que se solidarizavam com as moças. Depois de uma temporada em Roraima vendendo bolos e trabalhando em troca de moradia e comida, as amigas resolveram que era de seguir adiante e foram para cidade de Goiânia. Lá elas também trabalham com vendas e em restaurantes, Emily chegou a trabalhar num hotel, mas o custo de vida estava muito alto. Ainda durante a viagem elas conheceram um jovem peruano que cantava nas ruas em troca de dinheiro e que vendia CDs, as jovens chegaram a fazer uma parceria por algumas semanas, mas descobriram que foram enganadas quando ele desapareceu com todo o dinheiro e elas ficaram com dívidas e muitos problemas. Depois de resolver o que havia ficado pendente, elas decidiram viajar para o Uruguai e foi quando chegaram a Santana do Livramento, contudo, a Fronteira se tornou a maior esperança das duas desde a saída da Venezuela.
Ambas possuem todos os documentos como refugiadas, CPF e Carteira de trabalho e buscam apenas a primeira oportunidade. As duas estão em Livramento desde novembro de 2018 e recebem a ajuda de um médico e de outras pessoas que conseguem serviços esporádicos, mas o sonho das duas é conseguir uma renda fixa para que possam, também, ajudar os pais e familiares que ficaram no país de origem.
A Venezuela vive uma crise econômica já há alguns anos sob o regime de Nicolás Maduro. A crise econômica da Venezuela tem provocado dificuldade de acesso a produtos básicos, inclusive a alimentos. Ainda que seja possível encontrar ovos, frango e presunto, por causa da inflação, os altos preços e a perda do poder aquisitivo dos venezuelanos fazem com que muitos tenham dificuldade para comprar esses produtos.
Parte da população, portanto, passa fome atualmente. Segundo dados da última Pesquisa sobre Condições de Vida, realizada por várias universidades da Venezuela, em 2017, 64% dos venezuelanos haviam perdido aproximadamente 11 kg de peso em um ano.
Além disso, 8,2 milhões de venezuelanos – cerca de 30% da população – ingeriram em 2017 duas ou menos porções de comida por dia, e de baixa qualidade nutricional.