Segundo Miguel Pereira, a barragem vem sendo monitorada periodicamente por um grupo de trabalho liderado por técnicos do DEMA. E a estrutura apresenta além de rachaduras uma infiltração de água em sua base “Em se tratando de uma barragem é uma situação bastante preocupante “salienta o secretário.
Uma semana após mais uma tragédia envolvendo barragens acontecer em nosso país, onde além do dano ambiental catastrófico e existe já confirmado a perda de mais de 100 vidas número que deve se multiplicar nos próximos dias, a reportagem do Grupo A Plateia foi conferir a atuação situação da barragem do Lago Batuva que desde 2015 vem sendo monitorada por apresentar riscos em sua estrutura.
Segundo o Secretário Municipal de Planejamento, Miguel Pereira, além de pequenas rachaduras ao logo da taipa na parte superior também foi no encontrada uma infiltração na base da estrutura, motivo esse que acendeu um alerta para as autoridades.
A reportagem do Grupo A Plateia questionou o secretário sobre a fiscalização na área do batuva e como ela é feita “A fiscalização é feita da seguinte forma; foi nomeada através de portaria publicada pelo executivo municipal um grupo de trabalho especifico para solução de todas as questões relativas ao Lago do Batuva. Esse grupo tinha a finalidade de propor uma solução definitiva para a questão do lago e o tarefa do grupo não se concluiu ainda por ele continua em operação mas ela está bastante adianta porque foi publicada a PPP (Proposta de Parceria Publica Privada) Parque Turístico Lago do Batuva. Daí surgirá provavelmente a solução definitiva para a questão da taipa. Em quanto isto não ocorre existe uma equipe do Departamento de Meio Ambiente formada por biólogo, engenheiro agrônomo fazendo o monitoramento permanente da taipa e das condições da barragem, por que? Porque, Ela passou segundo se tem notícias técnica e oficial a partir do ano de 2015 e 2016 a apresentar sinais de infiltração de água no pé da barragem. O que é completamente indesejável porque uma barragem tem que ser estanque, ela não pode permitir a infiltração através da taipa. E isto está existindo. Existe em toda a taipa? Não ela existe em um único ponto onde o maciço da taipa toca na base de rocha, então nesse lugar pela diferença de materiais a água passa em um volume mínimo, mas passa. O que é indesejável para uma barragem.
Monitoramento e fiscalização
Segundo a fala do secretário a equipe do Departamento de Meio Ambiente realiza o monitoramento da área semanalmente.” O DEMA faz semanalmente o monitoramento da barragem do Lago do Batuva existe inclusive um sifão instalado com a finalidade de manter o nível da água baixo , ou seja não exceder a pressão admissível da taipa e em virtude das chuvas das precipitações pluviométricas acima do normal que nós tivemos no último mês foi feita uma obra no “ladrão” da barragem que é responsável por retirar a água , onde ele foi aprofundado cerca de 80cm com a finalidade de manter esse nível sempre baixo e garantir as condições de segurança da taipa”
Risco de Rompimento
Sobre o risco de Rompimento da Barragem do Lago Batuva o secretário respondeu:” Vou responder de uma forma bem clássica ; existindo a taipa há o risco de rompimento como existindo um prédio há o risco de que ele caia. Só que esse risco é mínimo, ele é um risco que está totalmente sobre controle. Nós enfrentamos isso no mês passado, em uma condição adversa de chuvas onde há um aporte de águas muito grande onde os elementos que retiramos água da barragem não deem vencimento em reação aqueles que colocam água na barragem e o nível suba efetivamente a taipa entra em risco de colapso sim”.
Plano de emergência em caso de rompimento
Questionamento sobre a existência de algum tipo de plano de emergência para alerta a comunidade no caso de um possível rompimento, o secretário respondeu: “Nós não temos nenhuma ideia tecnicamente de que o rompimento dessa barragem pode ser abrupto, como foi o caso de Brumadinho e dessas barragens de mineradoras. Ela não apresenta a menor possibilidade de um rompimento violento, ao não ser que houvesse a detonação de explosivos, algo deste estilo. A taipa não se rompe dessa forma violentamente, ela apresenta um orifício inicial e a medida que a água vai passando e com a pressão dela ele vai se ampliando. Entãso na verdade nós não temos o receio técnico de um problema de urgência de que preciso um sinal de alarme ou um evacuação rápida de população. A gente prevê sim se esse volume de água escapa de uma maneira mais rápida da barragem nós temos algumas casas que provavelmente terão problemas de água, ou seja a água vai atingir alguns imóveis, atingir num sentido de inundação como por exemplo quando o Carolina enche. Então algumas casas vão ficar alagadas. A nossa única preocupação no caso de um rompimento mais célere é justamente com a via de ligação da cidade, ou seja com a faixa, porque o primeiro represamento que essa água teria seria na faixa e um estreitamento para passar ali na BR 158. Isto pode ocasionar um problema para a via e para o abastecimento do município e a entrada e saída das pessoas da cidade. As nossas preocupações não são do nível calamidade, são do nível emergência. Não temos a previsão de risco de perda de vidas humanas. Mas temos sim riscos de dano material”
Ainda conforme Secretário Miguel Pereira, a Barragem do Batuva possui uma área de 40 hectares com uma profundidade média de 3 metros o que representa milhões de metros cúbicos de água e que em caso de um possível rompimento os imóveis atingidos pela enxurrada receberiam no máximo 80cm a um metro de água.
Alerta para alagamentos
No dia 17 de Janeiro a Prefeitura Municipal emitiu um alerta para a população sobre os riscos de agalementos em áreas próximas ao Batuva .”Devido as fortes chuvas ocorridas no município de Sant’Ana do Livramento, a Defesa Civil comunica que existem riscos de enxurrada nas áreas próximas ao Lago Batuva.Por isso, informamos a população que reside próximo a esta localidade fique atenta. E em caso de urgência e verificação de fatos atípicos, entre em contato pelos telefones (51) 99303-2407 e (55) 98117-1503”.
Naquela momento a preocupação das autoridades era com um possível rompimento da taipa, pois, a barragem estava com um volume acima do considerado normal. Em virtude disso, a Defesa Civil emitiu um alerta aos moradores. Equipes do Departamento de Meio Ambiente (DEMA) estiveram no local realizando monitoramento da situação. Máquinas da Secretaria de Obras foram enviadas para abrir um “ladrão” maior na taipa para que assim a água pudesse escoar mais rápido.