As buscas pelo jovem caçador, natural de Erechim, Anderson Pieniak, acabaram com um desfecho triste durante a semana
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O caso do desaparecimento de Anderson Pieniak não chamou atenção apenas de Livramento ou Erechim, mas te todo o Estado do Rio Grande do Sul. O jovem caçador teria escolhido o último final de semana para praticar o esporte no interior de Santana do Livramento quando acabou perdido no campo de uma propriedade rural. Anderson decidiu perseguir sozinho um javali de depois disto não foi mais visto. O jornal A Plateia acompanhou o caso desde o sábado, dia 26, dia em que o jovem desapareceu.
Corpo é localizado em propriedade
Trabalhadores de uma estância na região de Limeira faziam uma vistoria no campo quando se depararam com um corpo debruçado na beira de um pequeno açude. Ao lado, estava a arma utilizada para caça e o GPS de Anderson.
Os trabalhadores retornaram para a estância e relataram o que haviam visto. Logo em seguida uma proprietária da Estância São Roberto recebeu uma ligação dando conta do ocorrido, imediatamente a Brigada Militar e Polícia Civil foram informadas e equipes se dirigiram para o local que fica há aproximadamente dez quilômetros do local onde as buscas estavam concentradas.
O GPS utilizado por Anderson não emitia sinal, apenas recebia a localização dos cachorros utilizados para a caça aos javalis. A Polícia também encontrou o telefone de Anderson num quarto na Estância São Roberto.
Redes sociais anunciam antecipadamente morte de Anderson e causam comoção na família
Conforme foi apurado, informações que ainda estavam sob custódia da Brigada Militar e Polícia Civil começaram a circular na internet depois que a Brigada havia recebido a localização de um corpo na região de Limeira. Até este momento apenas um reduzido número de familiares havia sido informado da notícia. Inclusive o pai de Anderson e um dos irmãos que estava na Estância São Roberto, aguardando o retorno de uma viatura da Brigada Militar e de um grupo de buscas, ainda não tinham sido informados sobre a possível localização do corpo. Foi somente por volta das 22h que a comunicação oficial chegou para todos os familiares, incluindo parentes que estavam no interior de Livramento e na cidade de Erechim, terra natal de Anderson Pieniak.
Nesse meio tempo, o irmão de Anderson, Avelino Pianiak, chegou a desmentir notícias do facebook durante uma transmissão ao vivo do Jornal A Plateia. Avenilo negou as publicações que davam conta de que o corpo de Anderson teria sido encontrado. Avelino ainda confirmava que as buscas seriam retomadas na quarta-feira.
Tempo depois desta declaração, o pai e o irmão de Anderson foram comunicados pelas autoridades sobre o corpo e que, oficialmente, pertencia a Anderson, desaparecido já há quatro dias.
Avelino voltou a falar com a reportagem do Jornal A Plateia que estava no local e lamentou a perda precoce do irmão. Avelino estava bastante emocionado e transtornado com a situação. Anderson Pieniak deixa ainda esposa e dois filhos que acompanharam o trabalho de buscas da cidade de Erechim.
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Perícia confirma morte de Anderson
A Polícia Civil e IML terminaram o trabalho de perícia por volta da meia noite do dia 29, juntamente com a presença da Brigada Militar, incluindo o Comandante Tenente Coronel Otero que comandou as buscas. A reportagem do Jornal A Plateia acompanhou o desfecho do caso. Ainda na perícia feita no local, as autoridades acreditavam que Anderson tenha sido vítima de um mal súbito. O jovem teria caminhado por quilômetros e, possivelmente, ao retirar o equipamento do corpo e tentar se refrescar na água do açude ele tenha passado mal e caído. O corpo não apresentava ferimentos. Arma e GPS do caçador estavam do lado aproximo ao corpo.
Na próxima semana o Laudo de Necropsia será encaminhado para a Polícia Civil, mas segundo informações da Delegada Giovana Muller, estaria confirmada a causa da morte por Infarto do miocárdio.
Palavra do Comandante Otero
Ainda por volta da meia noite, diretamente do local onde acontecia a Perícia Policial onde o corpo de Anderson foi encontrado, o Tenente Coronel Otero concedeu uma entrevista para o Grupo A Plateia e lamentou que após quatro dias de intensas buscas o caso tenha chegado a um final triste. Otero agradeceu ao empenho da Brigada Militar, Exército, Bombeiros, inclusive equipes que vieram de Porto Alegre, a ajuda da Policia de Rivera e dos inúmeros voluntários no caso. O Comandante ainda agradeceu ao Jornal A Plateia pelo trabalho sério na cobertura jornalística do caso e no auxílio das buscas com o Drone.
Palavra da Delegada Giovana Muller
A Delegada Giovana Muller que também foi ao local da Perícia disse que foi um momento de muita emoção para todos os envolvidos, tanto equipes de busca, como dos amigos que estavam junto com Anderson pouco antes de ele se perder. A Delegada confirmou mais uma vez que o corpo do jovem foi encontrado por trabalhadores que estavam no campo.
Anderson teria caminhado por quilômetros até chegar em terras de uma propriedade vizinha à estância onde estava armado o acampamento dos caçadores.
O caso
Anderson estava desaparecido desde o sábado, dia 26, quando caçava javalis com um grupo de nove amigos. Esta foi a primeira vez que Anderson caçava com este grupo e a primeira vez que praticava o esporte na Estância São Roberto, região limítrofe entre Livramento e Quaraí.
Segundo relato dos demais caçadores, Anderson se distanciou no grupo após decidir perseguir sozinho um javali que havia passado próximo ao grupo. Os caçadores faziam uma pausa após uma manhã inteira de caminhada. Isto teria acontecido por volta das 13h. Um dos companheiros de caçada teria iniciado a perseguição junto com Anderson, mas desistido ao chegarem à mata fechada. Ainda confiante Anderson decidiu seguir a caçada sozinho. Depois deste episódio, segundo relatos iniciais, Anderson não foi mais visto pelo grupo.
Na tarde de terça (29), após comunicação oficial do desaparecimento, quatros caçadores que ainda se encontravam na cidade de Livramento foram ouvidos pela Polícia Civil em depoimento colhido pela Delegada de Polícia.
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Dor e Luto
Nas redes sociais, ainda durante a tarde de terça, a esposa de Anderson gravou um vídeo muito emocionada onde pedia ajuda para trazer o marido de volta. A notícia da morte trouxe mais dor e tristeza para a família que já estava angustiada.
Na Estância São Roberto, a dor dos familiares de Anderson deixou o clima que antes era de expectativa em lamento. Pai e irmão foram confortados por amigos que estavam no local e por voluntários que ainda estavam no acampamento do grupo na sede da Estância.
Os amigos de caçada, que também acompanharam toda a ação do Grupo de Buscas, lamentaram o final trágico do que antes deveria ser uma viagem entre amigos, um momento de lazer e diversão. Ainda durante o domingo, início das buscas, o Comando da Brigada Militar ressaltou que o grupo estava com todo o armamento legalizado e com as autorizações para caça em dia, “Eles eram um grupo muito organizado e legalizado”.
Anderson era considerado pelos amigos e familiares como um caçador experiente e habilidoso.
Os proprietários da Estância São Roberto também lamentaram o desfecho e prestaram todo o apoio aos familiares e equipes que trabalharam durante os quatro dias de buscas.
O corpo de Anderson foi levado para necropsia na madrugada de terça para a quarta-feira e depois encaminhado para a cidade de Erechim, onde aconteceria o velório.