Excesso de chuva dificultou a retirada do produto das propriedades e reacendeu a discussão em torno das péssimas condições das estradas rurais
Os primeiros prejuízos causados pela chuva excessiva do mês de janeiro já começam a aparecer em alguns setores geradores de emprego e renda do município, como é o caso da cadeia produtiva do leite. Segundo representantes da Coperforte (Cooperativa Regional dos Assentados da Fronteira Oeste Ltda) somente em Livramento mais de 500 mil litros de leite fora perdidos por conta das péssimas condições das estradas rurais. Na soma dos produtores está o custo do transporte, da manutenção de caminhões, insumos e outros números que oneram muito quem produz.
Rosi de Lima Costa, coordenadora tesoureira da entidade, diz que os produtores estão apreensivos com a queda na produção. “O produtor tem sobrevivido. Essa é a palavra certa. Pois são muitas as dificuldades para se escoar a produção e está quase impossível trazer a produção de leite. Os caminhões passam muito trabalho para ir lá, os motoristas acabam ficam empenhados, e nós somos cobrados pelo Ministério da Agricultura para buscar o leite nas propriedades. No domingo passado, por exemplo, um dos nossos caminhões ficou plantado no meio de uma estrada praticamente o dia inteiro e o motorista acabou chegando na cidade de noite. O custo está muito alto, tem a questão das horas extras, além da carga pedida” lamenta a produtora.
A estimativa da cooperativa era produzir, no mês de dezembro, 800 mil litros de leite e para o mês de janeiro a meta era de 1 milhão de litros. Por consequência da falta de escoamento em aproximadamente 20 dias foram perdidos cerca de 500 mil litros do produto.
“Se não resolverem vou perder toda a minha produção”
Segundo o produtor rural Roque Antônio Dreier, que possui uma plantação de melancia na região do Cerro da Cruz, praticamente toda a sua produção pode estar comprometida, pois, as estradas da sua localidade estão completamente intrafegáveis. “Nós não temos mais estradas. Se não arrumarem as estradas vou perder a minha melancia. Ninguém quer ir lá buscar, nem pagando. Está horrível. O último caminhão que foi lá, atolou, ficou o dia inteiro parado, tivemos que pedir ajuda para os vizinhos para puxar com o trator e isso que ele estava vazio, quando ia buscar a mercadoria”.
EQUIPE 1: Contará com um trator com lâmina, um caminhão, um rolo, um retro SDR e uma escavadeira hidráulica, para atender as seguintes localidades: Tarramar até a Estância Velha, Roseli Nunes, Florentina, Banhado Grande, Herdeiros de Oziel, São Leopoldo, Sepé Tiaraju, Fidel Castro, Torrão, Fogueira, São João.
EQUIPE 2: Contará com uma motoniveladora – patrola, um rolo com trator, um caminhão, uma retroescavadeira e um trator esteira, para atender as seguintes localidades: Cerro da Cruz, Recanto, Apolo, Posto Novo, Pampeiro, Vila Pampeiro, Frutinhas, Santa Rita, São Rafael, Coqueiro e 31 de Março. O cronograma de reparos terá início na próxima terça-feira, dia 29.
Produtores ocupam Secretaria de Obras
Um grupo de produtores rurais ocupou de forma pacífica na manhã de quarta-feira (13) o pátio da Secretaria de Obras para cobrar uma solução do governo municipal em relação às estradas rurais e a falta de transporte escolar rural. Por volta das 8 horas da manhã, o grupo formado, na sua grande maioria, por pequenos produtores e lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e assentados, trancou a entrada e saída dos veículos.
Os produtores exigiram a presença do prefeito municipal Ico Charopen para apresentação das pautas, mas o chefe do executivo não pode atendê-los pois não se encontrava no município. O Prefeito então foi representado pelo diretor do Departamento de Estradas Rurais, Vinicius Repetto, pelo Secretário Adjunto da Secretaria de Agricultura e pelo procurador do município Ramzi Zeidan. Em um reunião, com ânimos bastante acalorados que quase terminou em briga, ficou decidiu o seguinte cronograma – serão montadas duas frentes de trabalho:
Matias Moura – [email protected]