Prefeito decretou situação de emergência na manhã de sexta-feira(18)
Um dilúvio. Essa é a melhor definição do que vem acontecendo no Rio Grande do Sul nas últimas semanas, sobretudo nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste que onde estão localizadas as cidades mais atingidas com a chuva. Entre os municípios mais afetados estão: Uruguaiana, Alegrete, São Gabriel, Quaraí, Rosário do Sul e Bagé, por conta dessas cidades possuírem rios bem próximos ao perímetro urbano. Isto não quer dizer que Santana do Livramento também não esteja entre as principais cidades afetadas com as enxurradas.
Embora os prejuízos ainda estejam sendo contabilizados, um dos setores mais afetados é o do agronegócios, sobretudo a agricultura em geral, as lavouras de soja e arroz e outras culturas como a uva e a oliveira, dá para se ter uma ideia dos problemas que o município já vem enfrentando com as chuvas.
Decreto de Emergência
Após se reunir com lideranças de diversos setores do município, nesta semana, o prefeito municipal assinou na manhã de sexta-feira (18), o decreto número 8.614, de 18 de janeiro de 2019, declarando o município em situação de emergência devido às chuvas intensas que têm atingido, nos últimos dias, a região do Município de Santana do Livramento/RS. Com média superior à prevista para esta época do ano, o índice de chuvas chegou no acumulado do mês à 443,6mm, quando a média para este mês é de 120mm.
Os principais motivos para a assinatura do decreto são os prejuízos registrados tanto na zona urbana quanto rural, entre eles alagamentos, a extrapolação da capacidade de escoamento da rede pluvial e consequente acúmulo de água nas ruas, calçadas e outras infraestruturas urbanas, causando diversos danos materiais e humanos; trafegabilidade das estradas vicinais e a produtividade das diversas lavouras cultivadas no município.
Através deste decreto, ficam dispensados de licitação os contratos de aquisição de bens necessários às atividades de resposta ao desastre, de prestação de serviços e de obras relacionadas com a reabilitação dos cenários dos desastres, desde que possam ser concluídas no prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados a partir da caracterização do desastre, vedada a prorrogação dos contratos.
O decreto entrou em vigor no dia de sua publicação, 18 de janeiro, e tem vigência de um prazo de até 180 dias.
Buracos cada vez maiores
A equipe de reportagem do Jornal A Plateia vem acompanhando, incessantemente, os problemas causados pela instabilidade em nosso município. Somente nesta semana, visitamos vários locais considerados críticos, como é o caso da Galeria, na Rua Marques Pavão, que estava causando problemas com alagamentos no Beco da Belizária, nesta semana passou por uma grande manutenção resolvendo o problema. Outro ponto são os buracos que estão cada vez maiores, como é o caso da Rua Uruguai que acabou virando piada na internet por conta de uma foto que mostra a quantidade de buracos na via.
Alagamentos
E os alagamentos também foram registrados em muitos lugares, como na Avenida João Goulart cruzamento com a Rua Ângelo Melo, no trecho próximo ao curralão, além, é claro, na Avenida Daltro Filho onde o famoso “piscinão da Daltro” está de volta. Na manhã de sexta-feira (18), por exemplo, durante forte chuva, filas enormes de veículos se formaram para passar no local. Os motoristas diminuíram a velocidade por conta da pista alagada.
Transbordamentos de arroios
Já a situação dos arroios do município está um pouco melhor, uma vez que houve trabalho de limpeza e desassoreamento realizado ao longo do ano passado, pela Secretaria de Obras, nos arroios Maragato, na região da Praça Artigas e no Arroio Carolina que recebe muita água da região central do município. Graças a esse trabalho não foi registrada nenhuma inundação na região Cerro do Armour. Já o arroio Tajamar localizado no Bairro São Paulo mais uma vez transbordou causando transtorno aos moradores que precisaram acessar a região do Cerro dos Munhoz e Itaquatiá.
Batuva em alerta máximo
Mas, com certeza, a situação mais preocupante das autoridades do município foi com o volume da barragem do Lago Batuva que, desde que havia sido esvaziado na administração passada, nunca mais tinha alcançado um volume tão grande de água. A preocupação das autoridades era com um possível rompimento da taipa, pois, a barragem está com um volume acima do considerado normal. Em virtude disso, a Defesa Civil emitiu um alerta aos moradores. Equipes do Departamento de Meio Ambiente (DEMA) estiveram no local realizando monitoramento da situação. Máquinas da Secretaria de Obras foram enviadas para abrir um “ladrão” maior na taipa para que assim a água pudesse escoar mais rápido evitando maiores riscos.