qui, 28 de novembro de 2024

Variedades Digital | 23 e 24.11.24

Nova delegacia de combate à intolerância no RS terá foco no atendimento à vítima

Chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor, foi anunciada pelo governador eleito Eduardo Leite no mês de dezembro — Foto: Joyce Heurich/G1

Um dos principais desafios da nova chefia da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, apontado como prioridade, é colocar em funcionamento o novo Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV). Além de incluir atendimento a mulheres, idosos, crianças e adolescentes, irá oferecer suporte direcionado a vítimas de qualquer tipo de intolerância.

Para isso, uma delegacia especializada foi criada e está em fase de implementação. A missão de colocá-la em prática foi destinada à delegada Shana Luft Hartz, que está à frente do novo departamento.

“Para atendimento do crime de preconceito motivado por cor, raça, etnia, religião e orientação sexual. A constituição cita esse tipo de crime e determina atendimento especial”, explica a diretora. “É pioneira, primeira delegacia no país”, garante.

Segundo Shana, já existe o nome de uma pessoa “totalmente qualificada nessa área”, que deve assumir a delegacia, mas ele ainda não pode ser divulgado.

A delegacia de combate à intolerância será apenas uma divisão dentro do DPGV, assim como o antigo Departamento Estadual da Criança e Do Adolescente (Deca), que será absorvido pelo novo departamento. De acordo com a chefe da Polícia Civil do estado, delegada Nadine Anflor, a ideia é concentrar em um só espaço o atendimento aos grupos vulneráveis e focar no apoio à vítima.

Ela explica que, até então, as delegacias do Idoso, da Mulher e o Deca funcionam separadamente. Além disso, nem todas trabalham em tempo integral.

“A gente quer juntar todas essas portas. Esses atendimentos hoje estão divididos, muitos não têm atendimento 24h. Só tem plantão para o adolescente infrator, a gente não tem plantão para a vítima criança”, observa Nadine.

A ideia é abrir um plantão único, 24h, para a população vulnerável, com equipes especializadas no atendimento a cada grupo, buscando a transversalidade. “Quando vem a mulher, vem a criança vítima”, justifica a delegada.

Embora esteja sendo implementado agora, Nadine conta que o DPGV começou a ser criado ainda em 2008. Ela participou do início do projeto que, dez anos depois, começa a sair do papel, justamente quando assume a chefia. “Coincidências da vida”, brinca a delegada.

Roubo de carros na mira da polícia

Outra mudança que Nadine pretende capitanear como chefe da Polícia Civil gaúcha diz respeito ao armazenamento de informações das delegacias, especialmente quanto ao roubo de veículos. A ideia é que os dados de diferentes equipes de investigação passem a ser cruzados automaticamente.

“Uma das metas é centralizar a investigação de roubo de veículos em um único local, também a devolução de veículos num único local”, adianta.

Atualmente, são várias delegacias distritais, e as informações de cada ocorrência ficam compartimentadas em cada delegacia. Para começar a mudança, a chefe de polícia pretende lançar um projeto piloto em Porto Alegre.

 

O objetivo é facilitar a identificação das associações criminosas que estão por trás do roubo de veículos. “Cada roubo é um potencial latrocínio”, justifica a delegada.

Mais mulheres no comando

Ao escolher os nomes dos diretores dos departamentos da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (confira a lista completa abaixo), Nadine decidiu valorizar a oportunidade de colocar mulheres no comando de órgãos de ponta da instituição pela primeira vez na história.

Considerado um dos mais importantes, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) passa a ser chefiado pela delegada Vanessa Pitrez de Aguiar Correa. O Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) fica a cargo da delegada Adriana Regina da Costa.

Das 12 repartições, metade será comandada por mulheres. Alguns diretores foram mantidos, outros, substituídos. Conforme Nadine, aqueles que deixaram os departamentos serão realocados em pontos-chave da instituição.

“Minha intenção não é fazer uma gestão só de mulheres, escolhi pela capacidade técnica”, garante a chefe da Polícia Civil, acrescentando que a divisão, meio a meio, não foi proposital.

Na chefia anterior, eram quatro mulheres e 11 departamentos. “O chefe Emerson [Wendt] também inovou, geralmente era uma, duas no máximo”, recorda a delegada.

Para assumir a diretoria de um departamento, um delegado de polícia precisa chegar à quarta classe. Nadine lembra que, no início dos anos 2000, pouquíssimas mulheres no estado estavam ”aptas”. Com o passar dos anos, o leque aumentou. Mesmo assim, elas ainda não eram chamadas para a direção de órgãos operacionais.

“Seguiram sendo colocadas em postos de direção, mas sempre no Deca [Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes], no Dapp [Diretoria de Administração e Pagamento de Pessoal], nunca em órgãos operacionais”, observa.

Departamentos e diretores

Chefe de Gabinete – Patrícia Tolotti Rodrigues

Departamento de Polícia Metropolitana (DPM) – Adriana Regina da Costa

Departamento de Polícia do Interior (DPI) – Joeberth Pinto Nunes

Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) – Sander Cajal

Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) – Vladimir Urach

Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV) – Shana Luft Hartz

Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) – Vanessa Pitrez de Aguiar Correa

Gabinete de Inteligencia Estratégica (GI) – Endrigo Veiga Marques

Departamento de Tecnologia da Informação Policial (DTIP) – Antônio Vicente Vargas Nunes

Academia de Polícia – Elisângela Mello Reghelin

Departamento de Administração Policial – Elisângela Piccoli de Bastiani

Coordenação de Recursos Especiais (Core) – Bolivar dos Reis Llantada

Fonte : G1 https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2019/01/05/nova-delegacia-de-combate-a-intolerancia-no-rs-tera-foco-no-atendimento-a-vitima.ghtml

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