Caso aconteceu no último dia 7 de dezembro durante uma abordagem na Rua Silveira Martins
O fato levantou o debate, inicialmente, nas redes sociais após a postagem do relato da jovem de iniciais A. I. G. falando sobre o ocorrido. Além do relato, a jovem ainda postou fotos de partes do corpo que apresentavam escoriações e machucados nos joelhos, braços, mãos e punhos. A jovem estaria com um grupo de amigos na Rua Silveira Martins quando chegou uma viatura da Brigada Militar para fazer uma abordagem após um chamado pelo 190.
Relato da jovem:
Assim que as viaturas pararam, a abordagem foi feita de forma truculenta, com os policiais saindo com arma em punho e gritando em nossa direção. (…) Eu estava de costas para a rua e quando ouvi gritos me virei, com um “brigadiano” vindo em minha direção com a arma apontada para minha cara e aos gritos. (…) Nisso, enquanto ele apontava a arma em minha cara eu perguntei: “o que é isso?”, coisa que foi o suficiente para ser jogada no chão e montada pelo mesmo dito “brigadiano”, que antes, com todo o prazer de sua autoridade gritava e apontava a arma de cano enorme em meu rosto. Em cima de mim ele me arrastou, prendeu minhas mãos, como se eu estivesse oferecendo algum risco à eles. (…) Nisso, fui algemada, ainda no chão e com ele em cima de mim, e com ele tentando encaixar meu pé dentro das algemas. Assim eu fiquei, com a cara no chão e algemada até a chegada de uma brigadiana do sexo feminino, que me revistou e obviamente não encontrou nada comigo nem em minha bolsa.
Posicionamento do comando da Brigada Militar
Em contato com o Major Silveira que no momento está no comando do 2° RPMon – o Heróico de Santana do Livramento, ele afirmou que já foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar o caso. Sobre o fato, o Major contou que uma guarnição da Brigada Militar foi chamada no local pelo 190 por uma queixa de perturbação do sossego. Segundo depoimentos dos policiais que atenderam o chamado, chegando no local, os policiais avistaram alguns jovens correndo e fizeram a abordagem com os jovens que estavam mais próximo. Segundo o policial, a jovem teria resistido. O major disse que o Inquérito irá apurar se houve abuso da força policial, mas lembrou que em algumas ações da Brigada Militar o uso moderado da força é necessário. No caso em questão todos os envolvidos estão sendo ouvidos, inclusive testemunhas. Documentos do hospital e do Exame de Corpo de Delito também farão parte do inquérito.
Andamento do caso
O Major Silveira explicou que após 40 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 20 dias, o Inquérito será analisado pela Justiça Militar e julgará os fatos e depoimentos colhidos sobre o fato. O Major lembrou ainda que a Brigada Militar tem o dever e compromisso com o cidadão e que no momento todas as ações possíveis sobre o caso já foram tomadas. O Policial citado pela jovem não está trabalhando na cidade de Livramento. A Jovem também denunciou o caso na Polícia Civil e no Ministério Público.
Da Delegacia de Polícia Civil a jovem ainda relatou o descaso dos policiais e assédio e que lhe havia sido negado o direito de saber o nome dos policiais responsáveis pela abordagem. Que apenas no dia seguinte ela havia conseguido a informação. A postagem da jovem já possui mais de 1.600 compartilhamentos e 780 comentários.